"Não quero emocionar-me, mas que honra incrível contar com o apoio da família Kennedy", disse Biden, de 81 anos, após receber de 15 membros do clã um apoio importante, diante perante o temor de que "RFK Jr.", um advogado ambiental conhecido pela sua oposição às vacinas, possa inclinar a balança em favor do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro.
O advogado é filho do ex-procurador-geral democrata Robert "Bobby" Kennedy, assassinado em 1968. A sua irmã, Kerry Kennedy, apresentou Biden num comício, o momento culminante da sua viagem de três dias pelo estado-chave da Pensilvânia.
"Quase todos os netos de Rose e Joe Kennedy apoiam Joe Biden. A família Kennedy apoia Joe Biden para presidente", disse Kerry Kennedy, referindo-se aos patriarcas do clã. "Todos nós precisamos de nos unir numa campanha que deveria unir não apenas os democratas, mas todos os americanos, incluindo os republicanos e os independentes.”
Biden respondeu ao apresentar-se como herdeiro político de Bobby Kennedy. O democrata mantém um busto de bronze de Robert F. Kennedy Sr. no Salão Oval da Casa Branca.
Já o seu concorrente Robert F. Kennedy Jr., disse que respeita a decisão da família de apoiar o seu adversário eleitoral. "Fico feliz que sejam ativos politicamente: é uma tradição familiar", afirmou o candidato independente na rede social X. "Estamos divididos nas nossas opiniões, mas unidos em nosso amor mútuo."
Esta não foi a primeira demonstração de força em prol da candidatura de Biden por parte dos Kennedy, a família mais mitificada dos Estados Unidos.
Dezenas de Kennedys posaram ao lado de Biden numa foto no roseiral da Casa Branca por ocasião do Dia de São Patrício, em março, para celebrar a sua herança comum irlandesa. Além disso, Biden inclui os Kennedy na sua narrativa política.
As biografias de Biden dizem que, durante muito tempo, tentou imitar a retórica de John F. Kennedy, o jovem presidente democrata assassinado no seu apogeu em 1963. O seu sobrinho pode agora representar um perigo para as esperanças de Biden de conseguir um segundo mandato.
Robert F. Kennedy Jr., que tem propagado desinformação minimizando a importância da insurreição de 2021 no Capitólio em Washington, conta com dois dígitos de apoio nas sondagens de intenção de voto, faltando menos de sete meses para as eleições.
Os democratas parecem ter aprendido a lição depois de George W. Bush ter derrotado Al Gore em 2000 e Donald Trump ter batido Hillary Clinton em 2016 muito por causa de, entre outros motivos, o surgimento de candidatos independentes.
RFK Jr., de 70 anos, iniciou a sua corrida à Casa Branca como democrata, mas abandonou a campanha das primárias sob pressão, segundo ele, de aliados de Joe Biden.
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