Um correspondente da Agência France Presse em Douma, a maior cidade da fortaleza rebelde, situada às portas de Damasco, bem como o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), relataram que a noite foi calma.

De acordo com Moscovo, foi registado algum fogo de artilharia antes da entrada em vigor da trégua.

O Presidente da Rússia ordenou na segunda-feira a instauração a partir de hoje de uma "trégua humanitária" diária em Ghouta Oriental, enclave onde morreram mais de 500 pessoas na semana passada em resultado dos ataques das forças sírias.

"Por ordem do Presidente russo e com o objetivo de evitar as perdas entre os civis da Ghouta Oriental, uma trégua humanitária quotidiana será instaurada a partir de 27 de fevereiro, das 09:00 às 14:00", referiu o ministro russo da Defesa, Serguei Choigou.

O governante russo afirmou que serão criados "corredores humanitários" para permitir a retirada de civis de Ghouta Oriental, onde os ataques de artilharia do regime sírio causaram na segunda-feira a morte a 17 civis, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos do Homem (OSDH).

O período de tréguas para ajuda humanitária em Ghouta Oriental, região ocupada por rebeldes que combatem o regime de Bashar al-Assad, foi votada, por unanimidade, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, no sábado.

A resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas pediu um cessar-fogo "sem demora" para permitir a ajuda humanitária durante um mês.

O texto foi negociado durante duas semanas para ter a concordância da Rússia, aliado do regime de Damasco.

A Rússia disse que o cessar-fogo na Síria só vai acontecer quando todos os beligerantes concordarem nas formas de o aplicar em todas as regiões em guerra no país.

Organizações médicas e de defesa dos direitos humanos dão conta de que os ataques na Síria, nomeadamente em Ghouta Oriental, continuam, ou seja, o cessar-fogo aprovado sábado não entrou efetivamente em vigor.

Desde o início dos ataques de Damasco contra Ghouta Oriental, a 18 de fevereiro, morreram pelo menos 521 civis, segundo os números divulgados pelo observatório sírio dos direitos humanos.