O paleontólogo Octávio Mateus, da Universidade Nova de Lisboa, disse à Agência Lusa que, ao cabo de três expedições à Gronelândia, chegaram à conclusão que os ossos e dentes que estudaram, descobertos pela primeira vez nos anos 80, eram "uma nova identificação para a região e não encaixavam em nenhuma espécie" conhecida naquela região.

A nova espécie foi chamada 'Ceratodus tunuensis', aludindo à palavra "Tunu" com que os inuit designam a parte oriental da Gronelândia.

"Do grupo, os dipnoicos, ainda existem seis espécies", disse Octávio Mateus, acrescentando que são peixes com pulmões e brânquias, cujas placas dentárias foram encontradas em rochas localizadas em Jameson Land, no leste da Gronelândia, que antes da deriva continental que criou o Oceano Atlântico se encontrava em latitudes mais temperadas.

"O sul da Gronelândia estava encostado ao que é hoje o norte de Portugal", disse o investigador, referindo que os dipnoicos são peixes mais habituados a águas quentes do que ao gelo ártico.

O que distinguiu a nova espécie identificada foi a robustez das placas dentárias, com formas e sulcos diferentes dos que já eram conhecidos, segundo o investigador Federico Agnolin, do Museu Argentino de Ciências Naturais e primeiro autor do estudo publicado na revista científica Journal of Vertebrate Paleontology, que tem ainda como autores cientistas de Portugal, Dinamarca, Argentina, Alemanha e Gronelândia.

Os cientistas, que vão fazer uma nova expedição à Gronelândia ainda este ano, esperam encontrar mais vestígios da nova espécie, que "são muito raros", segundo Octávio Mateus.

As expedições científicas aconteceram no âmbito de uma parceria que começou com investigadores portugueses e dinamarqueses.

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