“O Governo Bolsonaro levou o Estado brasileiro à falência. Estamos observando que os serviços essenciais estão paralisados ou correm o risco de serem totalmente comprometidos”, disse o ex-ministro Aloizio Mercadante numa conferência de imprensa em Brasília.
Mercadante, coordenador dos grupos técnicos do novo Governo Lula da Silva, que assumirá o poder em 01 de janeiro de 2023, também disse que a política externa do atual Governo transformou o Brasil em um “pária que deve 5 mil milhões de reais (cerca de 950 milhões de euros) a várias organizações internacionais.
Da mesma forma, mencionou que os servidores públicos brasileiros estão há sete anos sem reajuste salarial.
O ex-ministro alertou, porém, que não terão à sua disposição recursos suficientes para reverter tudo o que estão encontrando nas gavetas do Executivo cessante.
“Temos que estabelecer prioridades claras, garantir serviços essenciais e retomar a capacidade de investimento para voltar a crescer de forma sustentável”, afirmou Mercadante.
O atual ministro da Educação, Victor Godoy, reconheceu à equipe de Lula que não tem recursos para pagar neste mês os cerca de 14 mil médicos residentes e 100 mil alunos de pós-graduação beneficiados com bolsas.
Segundo os ‘media’ brasileiros, o Governo Bolsonaro, que perdeu as eleições de 30 de outubro por uma diferença de menos de dois pontos percentuais na disputa contra Lula da Silva, também teme não conseguir cumprir algumas despesas obrigatórias neste mês, como pagar parte da as pensões por reforma.
O ministro da Presidência, Ciro Nogueira, consultou recentemente o Tribunal de Contas da União se seria possível pedir um empréstimo extraordinário para fazer face a esses compromissos, segundo o jornal Valor Económico.
“Temos uma situação dramática na saúde, na educação, nos serviços essenciais… A nossa prioridade é restabelecer esses serviços e cuidar da população”, insistiu Mercadante.
Nesse contexto, destacou que o futuro Governo de Lula da Silva terá que fazer ‘engenharias’ para resolver esses défices orçamentários “sem aumentar as despesas.”
Na mesma linha, a líder ambientalista Marina Silva, peça chave na campanha de Lula da Silva e possível futura ministra do Meio Ambiente, disse num fórum na terça-feira que a equipa de transição encontrou terra arrasada na área ambiental.
“O orçamento foi completamente subtraído, os equipamentos desmontados e as instituições de vigilância enfraquecidas”, denunciou Marina Silva.
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