“Infelizmente, os países que chamamos de aliados e amigos não hesitam em cooperar com organizações terroristas que desafiam a integridade territorial da Turquia”, disse o Presidente islamita Recep Tayyip Erdogan num discurso em Ancara que assinalou o fim do mês do Ramadão.
O Presidente turco sublinhou que o exército do seu país impôs um golpe importante aos grupos ‘jihadistas’ no norte da Síria devido à operação “Escudo do Eufrates”, iniciado em agosto de 2016.
“Aqueles que julgam poder enganar a Turquia dizendo que lhe vão retirar as armas [às Unidades de Proteção do Povo, YPG, as milícias curdas sírias] devem saber que no final cometeram um grave erro, mas então será demasiado tarde”, disse Erdogan, citado pelo diário Hürriyet.
“Vamos enviar aos proprietários originais destas armas uma fatura por cada gota de sangue derramado”, adiantou e numa referência aos Estados Unidos, que pretende iniciar a recolha do armamento enviado aos curdos locais por considerar que o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI) está derrotado na Síria.
Washington assegurou a Ancara que este armamento nunca seria utilizado fora da Síria, na sequência do combate contra o EI.
“Por um lado, estamos juntos na NATO e, por outro, atuam em conjunto com um grupo terrorista [YPG]. Que é isto? Devemos reconsiderar a NATO. Estas decisões vão contra a NATO”, prosseguiu o chefe de Estado turco, e dirigindo-se de novo aos Estados Unidos.
“Não sei que tipo de futuro vão ter com a organização terrorista que escolheram na Síria, mas devem saber que não terão qualquer futuro connosco”, prosseguiu nas suas críticas a Washington.
As milícias curdas YPG combatem o EI no norte da Síria, mas são consideradas por Ancara o ramo sírio do ilegalizado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, a guerrilha curda da Turquia), que pretende uma ampla autonomia para as populações curdas da região.
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