De acordo com Manuel Lima – que falava aos jornalistas no final de uma reunião no Porto com a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), na sequência do encerramento, quinta-feira, da Secundária Alexandre Herculano por chover dentro das salas de aula – a partir da próxima semana a escola vai sofrer “pequenas intervenções” que viabilizarão a solução provisória de ali manter as 23 turmas do 9.º ano e dos ensinos secundário e noturno.

Segundo o diretor, durante a reunião a tutela comprometeu-se a fazer uma efetiva intervenção na escola até 2020, tendo confirmado à direção e aos representantes da associação de pais que estas obras estão mapeadas no programa Norte 2020, com um valor orçamentado de seis milhões de euros.

A Escola Secundária Alexandre Herculano foi encerrada na quinta-feira pelo respetivo diretor por “chover em várias salas”, tendo então Manuel Lima assegurado que os alunos só regressariam quando existissem garantias de que podem circular “sem qualquer possibilidade de lhes cair um bocado de teto em cima”.

De acordo com o responsável, “as obras sempre foram prometidas, o que nunca houve foi uma resposta inequívoca e uma justificação devidamente fundamentada sobre o seu adiamento ‘sine die’, que é o que acontece hoje”.

Numa nota escrita enviada na quinta-feira à agência Lusa, o Ministério da Educação disse estar “a recolher todas as informações” sobre o encerramento do estabelecimento e “a trabalhar” numa “solução imediata” para retoma das aulas.

Recordando que a requalificação da Escola Alexandre Herculano “integra a lista de investimentos em infraestruturas educativas e formativas, a executar no âmbito dos ‘Pactos Territoriais para o Desenvolvimento e Coesão’ (PTDC), celebrados no âmbito dos Programas Operacionais Regionais do Acordo de Parceria Portugal 2020″, o ministério recordou estar em curso um “processo de concertação” com a Câmara do Porto para requalificar a escola.

Também na quinta-feira, a Câmara Municipal do Porto esclareceu que “quaisquer obras” na Escola Alexandre Herculano “são da exclusiva responsabilidade do Estado central e não da autarquia”, apesar de esta se ter disponibilizado “há meses, junto do Ministério da Educação, para “custear 50% da comparticipação nacional da obra necessária”.

A falta de condições na Escola Secundária Alexandre Herculano – projetada pelo arquiteto Marques da Silva (1869 -1947), autor da estação ferroviária de São Bento e da Casa de Serralves, e classificada como imóvel de interesse público – tem motivado intervenções de várias entidades e partidos políticos, nomeadamente ao longo do último ano.