O chefe do governo, Pedro Sánchez, confirmou que a tempestade fez pelo menos 211 mortos, maioritariamente na província de Valência e em Castela-La Mancha e Andaluzia.

Ainda hoje vão chegar à região mais quatro mil militares e, no domingo de manhã, chegarão mais mil, num total de cinco mil, a juntar aos já estão no terreno. Além disso, o Governo irá mobilizar cinco mil polícias, elevando ambas as forças para dez mil soldados.

"A situação que vivemos é trágica, é dramática", disse Sánchez, numa declaração a partir da sede do Governo, em Madrid, sublinhando que o leste de Espanha, e sobretudo a região de Valência, foi atingida na terça-feira por um temporal que provavelmente provocou as inundações mais graves deste século em todo o continente europeu.

"Estou consciente de que a resposta que se está a dar não é suficiente. Sei. Sei que há problemas e carências, que ainda há serviços colapsados, municípios sepultados pelo lodo, pessoas desesperadas que procuram os seus familiares, pessoas que não conseguem aceder às suas casas, lares destruídos e sepultados pela lama. Temos de melhorar", afirmou Sánchez.

A região com mais danos e vítimas causados pelo temporal é a Comunidade Valenciana, e em especial a província de Valência, onde ocorreram 202 das mortes confirmadas até agora pelas autoridades.

O Governo espanhol reconheceu na quinta-feira à noite, pela primeira vez, que ainda permanecem “dezenas e dezenas” de pessoas desaparecidas nas áreas afetadas pelo mau tempo, o que confirmam também relatos das populações aos meios de comunicação social.

Além das vítimas mortais, o temporal provocou também danos em infraestruturas, com estradas e vias danificadas que permanecem intransitáveis, incluindo autoestradas.

Durante a madrugada de hoje, as autoridades de Valência restringiram a circulação de veículos nas zonas mais afetadas pelas cheias, limitando-a aos serviços essenciais e às empresas responsáveis por garantir o fornecimento de serviços básicos.

A solidariedade das populações com os mais atingidos pelo temporal de terça-feira à noite atingiu tal dimensão na sexta-feira, um dia feriado em Espanha, que as autoridades apelaram ao regresso a casa dos voluntários ou a que, pelo menos, não se deslocassem de carro, por estarem a impedir o acesso dos meios de emergência e assistência da polícia, das Forças Armadas e dos serviços de saúde.

A Comunidade Valenciana acabou, ao final do dia de sexta-feira, por avançar com a criação de um centro de coordenação na cidade de Valência para gerir as multidões de voluntários.

O executivo pediu aos voluntários para a partir das 07:00 de hoje se dirigirem à Cidade das Artes e das Ciências de Valência, onde está a funcionar desde essa hora um centro de voluntariado e a partir de onde estão a ser organizados e orientados grupos para as tarefas e locais necessários.

Com Agências.