Sánchez falava em Madrid, numa declaração ao lado do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, no âmbito do arranque do novo semestre europeu, presidido por Espanha, que começou formalmente no sábado, com uma visita do líder do Governo espanhol à Ucrânia.
A presidência espanhola vai decorrer num “contexto que continuará marcado pelas consequências diretas e indiretas da guerra na Ucrânia” e a UE “não poupará esforços para continuar a apoiar” Kiev, disse hoje Sánchez.
Também Charles Michel se congratulou com a deslocação de Sánchez a Kiev e a “mensagem contundente de apoio à Ucrânia”, no primeiro dia da presidência espanhola.
Charles Michel sublinhou que a Ucrânia está a lutar pela defesa dos valores europeus e a UE tem o dever de apoiar Kiev.
O primeiro-ministro espanhol disse que Espanha assumiu no sábado a presidência do Conselho da UE com o objetivo de a transformar “numa etapa de grandes avanços de que a Europa precisa” em áreas como a diversificação das relações económicas e comerciais (sobretudo, com a América Latina), a transição energética ou o reforço da justiça social (com novas regras orçamentais e de tributação fiscal para empresas multinacionais e “grandes fortunas”).
Charles Michel considerou que as prioridades da presidência espanhola estão alinhadas com as preocupações dos europeus e farão parte da nova agenda estratégica europeia, para o período 2015-2030.
A este propósito, Sánchez afirmou que uma proposta para essa nova agenda, fruto de um trabalho de dez meses com peritos e representantes dos 27 Estados-membros da UE, será apresentada no Conselho Europeu previsto para outubro na cidade espanhola de Granada.
Espanha assumiu a presidência semestral do Conselho da UE poucas semanas antes de eleições legislativas nacionais antecipadas, em 23 de julho, que nem Pedro Sánchez, líder dos socialistas espanhóis, nem Charles Michel referiram hoje.
As sondagens das eleições dão a vitória à direita, ao Partido Popular (PP), pelo que o Governo espanhol pode mudar durante o próximo semestre, algo que tanto dirigentes de Espanha como da UE têm desvalorizado, por as prioridades do Conselho da UE estarem definidas para este período.
Além disso, está em causa a coordenação de um órgão europeu que tem um presidente próprio, Charles Michel, autónomo do governo do país que em cada momento assume a presidência do Conselho da UE.
Na curta declaração que fez hoje, Charles Michel afirmou ter a certeza de que a presidência espanhola está “muito bem preparada” e destacou o esforço de Espanha, nos últimos anos, em procurar e contribuir para soluções e compromissos europeus.
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