Segundo o Governo espanhol, a Espanha servirá como ponto de apoio ao Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), através do qual afegãos que colaboraram com a União Europeia chegarão ao país para serem transferidos ‘a posteriori’ para diversos países europeus.
O primeiro desses grupos, formado por cinco famílias afegãs, chegou na noite de quarta-feira num voo do SEAE procedente de Roma e estas pessoas serão enviadas para a Dinamarca, Alemanha, Polónia e Letónia.
O ministro da Inclusão, Segurança Social e Migração espanhol, José Luis Escrivá, explicou hoje à rádio Cadena Ser que a Espanha acolhe nas instalações de Torrejón de Ardoz, juntamente com o grupo de 53 espanhóis e afegãos repatriados na madrugada de hoje, estas outras famílias que permanecerão por cerca de 72 horas até que as suas viagens para os países onde serão recebidas sejam processadas.
Em relação ao primeiro grupo de espanhóis e colaboradores de nacionalidade afegã que chegou em Espanha, Escrivá garantiu que irá passar esse período de 72 horas nas instalações da base aérea, realizando os primeiros procedimentos e irá, posteriormente, viajar para as cidades onde as pessoas serão integradas.
Tanto os afegãos que serão distribuídos para outros países como o grupo de espanhóis e colaboradores afegãos dos espanhóis no Afeganistão testaram negativo para covid-19 assim que desembarcaram em Madrid.
“Agora estão todos a descansar e a alimentar-se, exceto uma criança com diarreia que encaminhámos para um hospital”, disse o ministro.
O responsável pela Inclusão, Segurança Social e Migrações de Espanha não quis especificar o número exato de pessoas que serão retiradas do Afeganistão para Espanha.
“É muito difícil, não ousaria avançar com nenhum número, existem listas com números diferentes, criámos uma infraestrutura para acomodar várias centenas” de pessoas, afirmou.
“Não está a ser fácil, é um processo dinâmico que ainda exigirá algumas negociações e Espanha está a fazer todos os esforços nos Negócios Estrangeiros e Defesa” para viabilizar o acesso ao aeroporto, disse o ministro espanhol.
A retirada de afegãos e estrangeiros, que se encontravam no Afeganistão, precipitou-se desde domingo, quando as forças talibãs tomaram o poder em Cabul instaurando o Emirado Islâmico.
O avanço das forças talibãs intensificou-se desde maio, quando começou a retirada das forças dos Estados Unidos.
A retirada dos militares norte-americanos foi negociada em fevereiro de 2020.
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