Incidência em Portugal "com uma tendência ligeiramente crescente"

No primeiro de sete blocos de apresentações, André Peralta Santos da Direção-Geral da Saúde falou sobre "Evolução da incidência e transmissibilidade", revelando que Portugal está "neste momento com uma incidência moderada, próxima dos 71 casos por 100 mil habitantes e com uma tendência ligeiramente crescente".

Uma das novidades trazidas pelo analista nesta reunião diz respeito aos grupos etários, com os dados a exibirem uma "uma inversão da tendência e um aumento na faixa etária dos zero aos nove anos de idade", ao mesmo tempo que "realçam uma manutenção e aprofundamento da tendência de crescimento na faixa etária dos 80+, aquela que sabemos que é aquela mais vulnerável à hospitalização e à morte".

"Todas as faixas etárias têm uma incidência inferior aquilo que tinham a 15 de março, excepto a dos zero aos nove anos de idade. O decréscimo é maior nos 80+ e algumas faixas etárias já começam a esboçar uma inversão de tendência", explicou André Peralta Santos.

Este aumento da faixa dos 0 aos 9 anos de idade não está igualmente distribuído em todo o território, sendo de assinalar na região do Grande Porto e Lisboa e Vale do Tejo.

Ainda nos grupos etários, o especialista sublinhou que, relativamente à incidência cumulativa, "há um aumento mais expressivo na população mais jovem, mas já se começa a esboçar um aumento na população dos 25 aos 50/55, o que traduz essencialmente a população ativa. Onde se verifica um aprofundamento do decréscimo é realmente na população dos 70+".

Sobre as diferenças de região para região, André Peralta assinala "a inversão de tendência [decrescente] na região do Algarve, mais precoce do que nas outras regiões e que já está atualmente acima dos 120 casos por 100 mil habitantes".

Na semana de 21 a 27 de março, o Algarve e Baixo Alentejo foram os que registaram maiores crescimentos, depois na semana seguinte “algum crescimento também na zona do Algarve do Barlavento para o Sotavento e depois na última semana com algum crescimento também na zona norte da zona do Grande Porto e de Trás os Montes”.

Analisando a dispersão geográfica da incidência, adiantou que há 22 concelhos com incidência superior a 120 casos por 100 mil habitantes que correspondem a 636 mil pessoas, 6,5% da população nacional.

Relativamente às hospitalizações "mantém-se a tendência decrescente, apesar de ela ter diminuído a sua velocidade de decrescimento, mas mantém-se tanto em hospitalizações como em unidades de cuidado intensivos e abaixo do referencial de 245 camas ocupadas por doentes covid".

No que diz respeito à mortalidade, foi explicado que "há uma manutenção da tendência de decrescente".

Sobre a testagem, o especialista da DGS revelou que "houve uma intensificação" da  mesma na semana de 13 para a semana 14" e que segue naturalmente "um padrão em que concelhos com maior incidência têm também mais testagem".

Dentro deste ritmo de crescimento da pandemia, Portugal vai chegar ao limiar da matriz de risco dentro de duas semanas a um mês

No segundo bloco de apresentações da manhã, Baltazar Nunes do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge falou sobre a "Atualização da vigilância de variantes genéticas" revelou que o R(t), que atingiu o seu valor mais baixo, de 0,61, no início de fevereiro, "tem tido um comportamento de aumento sistemático a partir dessa altura".

"Atualmente, o valor do R(t), para a média dos últimos cinco dias, que vai desde quatro de abril a oito de abril, corresponde a cerca 1,05. Como nota, o R(t) na última reunião do Infarmed estava em 0,89 e se olharmos para o último dia em que temos realmente dados, que é o dia 8 de abril, o R(t) está em 1,09. O tempo que leva a que o número de casos passe para o dobro está atualmente em 35 dias, como referência, na última reunião do Infarmed estávamos com 30 dias para passar para metade o que revela aqui uma situação diferente, uma situação de inversão da tendência passando neste momento para uma fase de crescimento do número de novos casos por dia", explicou.

O epidemiologista revelou ainda que, "com este nível de crescimento e com uma taxa próxima de 71 casos por 100 mil habitantes, o tempo para chegar à linha [limite da matriz de risco] está entre duas semanas a um mês".

"Este mesmo valor [das duas semanas a um mês] corresponde também ao observado na região Norte e na região Alentejo, que são aquelas que estão agora identificadas com uma velocidade de crescimento e um nível de taxa de incidência que levará entre duas semanas a um mês a atingirmos o nível dos 120 casos por 100 mil habitantes. A região do Algarve já atingiu esse valor e na região autónoma da Madeira e dos Açores também", afirmou, revelando que no caso da região de Lisboa e Vale do Tejo a "taxa de crescimento é praticamente nula e por isso não apresente esta risco de atingir o valor de limiar tão cedo".

Baltazar Nunes referiu que a "incidência acumulada a 14 dias encontra-se em níveis moderados", sendo que, no entanto, há uma "inversão da tendência para uma tendência de crescimento", sendo esta tendência de crescimento é "mais acentuada no grupo etário abaixo dos 10 anos, principalmente perto dos 5/6 anos".

"Observa-se alguma inversão da tendência no grupo etário dos 30 aos 50 anos, no entanto observa-se uma redução da tendência assinalável acima dos 65 anos", sublinha.

No que toca a mobilidade, o especialista explicou que "Portugal passou dos países com mobilidade mais reduzida para os países que estão próximos da média europeia". "Observa-se também algum aumento do número médio de contactos por dia em quase todos os grupos etários, excepto no grupo etário dos 70+", afirmou.

"Relativamente ao impacto da vacinação, observa-se efetivamente um impacto da vacinação na tendência da incidência de SARS-CoV-2, no grupo etário dos 80+ anos, naquele que já tem um cobertura vacinal de cerca de 80% com uma dose e quando comparamos com grupos etários dos 60 aos 69 anos e dos 70 e 79 anos essa inversão da tendência é significativa", disse, revelando ainda os resultados de uma simulação matemática que nos diz que "há um impacto considerável na redução das hospitalizações em comparação com um cenário se não tivéssemos vacinação e também um número considerável de óbitos prevenidos se comparássemos com um cenário sem vacinação".

Para o epidemiologista, os "próximos passos devem ter em conta o facto de a mobilidade estar a aumentar, do R(t) estar acima de um e também da incidência por concelho e região. Mas também sobre a distribuição da incidência por grupo etário, nomeadamente na população acima dos 50 anos".

"O controlo da pandemia passará por compensar este aumento dos contactos de transmissibilidade com o aumento da testagem, o isolamento de casos e rastreio de contactos, a redução do número de contactos com pessoas fora da bolha familiar, a manutenção das medidas preventivas individuais na comunidade, nos locais de trabalho e nas escolas e o aumento da cobertura da vacina, principalmente nos grupos mais frágeis acima dos 65 anos de idade", concluiu.

Variantes não são entrave ao desconfinamento

A variante do vírus SARS-CoV-2 identificada na África do Sul está a gerar “alguma preocupação” pelo crescimento recente em Portugal, admitiu hoje o investigador João Paulo Gomes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

“No que diz respeito à variante da África do Sul, temos até à data de hoje 53 casos confirmados. Temos de estar muito atentos ao controlo de fronteiras, não só ao nosso, mas ao dos outros, porque esta variante é preocupante. Há de facto alguma preocupação, um aumento de casos com algum significado”, frisou, sublinhando: “O que estamos a ver é a ponta do icebergue”.

O especialista na análise das mutações do vírus responsável pela pandemia de covid-19 declarou que a variante sul-africana exige atenção.

De acordo com o investigador do INSA, a variante da África do Sul era responsável por 0% dos casos de covid-19 em Portugal em janeiro e no mês de março teve um “crescimento significativo”, ao representar 2,5% dos casos.

Apesar de reconhecer que está em linha com a maioria dos países europeus, João Paulo Gomes estimou que esta variante tenha cerca de 200 casos a circular em Portugal e que tenha chegado também a partir de Moçambique e de Espanha.

Quanto às outras variantes de preocupação, a associada ao Reino Unido é já tida como dominante, ao ter atingido os 83% no mês passado, sendo “normal que já passe esse número”, segundo o especialista.

“Temos de nos conformar com o domínio na nossa situação epidemiológica de uma variante mais transmissível”, observou.

João Paulo Gomes adiantou também que a variante associada à cidade brasileira de Manaus correspondeu até ao momento a 29 casos confirmados em solo nacional, o que se traduz em 0,4% dos casos em março, algo que descreveu como uma “ótima notícia” pelos “níveis residuais” de disseminação. Já a variante brasileira P.2 (diferente da variante de Manaus) significou somente 0,1% dos casos no mês passado.

“No que diz respeito à vigilância das variantes de preocupação, a situação atual não é impeditiva da continuação do plano de desconfinamento”, na opinião do investigador do INSA, que reiterou apenas a necessidade de manutenção da vigilância.

Escolas como “sentinelas” de controlo da pandemia

As escolas devem ter um papel relevante na monitorização da pandemia de covid-19 em Portugal, defendeu o epidemiologista Henrique Barros, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, que alertou para o aumento da infeção nas crianças.

“As escolas podem e devem ser estruturas ‘sentinela’ para vigilância epidemiológica e contribuem de forma relevante para a compreensão da dinâmica da infeção”, observou o especialista, que indicou que a frequência “na comunidade escolar é semelhante entre estudantes e profissionais”.

Henrique Barros, que falava no Infarmed, na reunião de avaliação da situação epidemiológica que juntou especialistas, membros do Governo e o Presidente da República, sublinhou também a variação do risco em contextos escolares semelhantes, sugerindo “um papel importante do risco na comunidade exterior” aos estabelecimentos de ensino.

“O risco de infeção está aumentado quer nas crianças, quer nos profissionais das escolas quando os contactos de risco ocorreram fora da comunidade escolar”, frisou, sem deixar de fazer uma ressalva: “As medidas de mitigação no ambiente escolar funcionam e favorecem a segurança das atividades letivas”.

A leitura do especialista da Universidade do Porto sobre o momento atual da pandemia e o seu efeito nas escolas é a de que “o cerco vacinal que está a vir dos mais velhos para os mais novos deixa estas idades como as suscetíveis para a circulação do vírus” SARS-CoV-2.

No entanto, Henrique Barros relativizou a tendência de crescimento da infeção entre os mais jovens, uma vez que mesmo com a subida de casos nestas idades “o ruído acaba por ser maior do que o sinal dado. Ao contrário do que se verifica nos funcionários, que são adultos, nas crianças a proporção de marcador de infeção é muito mais baixa”.

Quase todas as as regiões do país viveram "situações graves" com surtos

A análise sobre a “Evolução das áreas críticas no espaço e no tempo” foi apresentada hoje pela diretora da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP). Segundo a investigadora, esta análise pretendeu identificar as áreas críticas em Portugal para a Covid-19, com base na incidência (casos novos por semana por 100 mil habitantes) e no risco relativo, que possibilita observar áreas com risco superior ou inferior ao que seria esperado, considerando a realidade nacional.

“A covid-19 não se distribui de forma aleatória no espaço. A observação das variações das áreas críticas ao longo da pandemia permite identificar padrões que podem indicar possíveis fatores – por exemplo, densidade populacional, desemprego, ou zonas rurais versus zonas urbanas - que influenciam o aparecimento ou transmissão da infeção”, adiantou Carla Rodrigues.

A análise mostra que se observaram variações ao longo da pandemia em todo o país e que em quase todas as regiões têm acontecido situações graves ao longo do tempo, relacionadas com os surtos que vão aparecendo, causando o aparecimento de determinada área crítica nas localidades mais pequenas.

No entanto, quando a análise é feita por períodos de tempo, apesar de ser possível identificar alguns padrões, não é ainda claro que fatores podem estar a influenciar estes padrões.

“Focando nas últimas cinco semanas, é evidente a existência de ‘clusters’ com riscos muitos elevados e alguns com consistência temporal”, disse Carla Nunes, adiantando que na análise das áreas críticas identificadas “interessa considerar a sua grandeza”.

“Mas a sua grandeza tem os conceitos de risco de incidência, de tendência, de número de casos e também a sua continuidade temporal, se é um fenómeno temporal ou se é consistente ao longo do tempo, explicou.

No caso de uma doença infeciosa, como a covid-19, defendeu, “é urgente com a transmissão rápida que existe, independentemente da consistência temporal, perceber o problema para definir estratégias específicas de atuação”.

Portugal vai alterar estratégia de vacinação. População acima dos 60 anos deverá estar vacinada "entre a última semana de maio e a primeira semana de junho"

O coordenador da ‘task force’ do plano de vacinação, vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, falou na reunião do Infarmed reiterando que, sobre a chegada de vacinas ao país, não houve grande alteração em relação à reunião anterior, mas revelou que, em abril, estarão disponíveis 1,9 milhões de vacinas, uma quantidade que considera "substantiva em comparação com os meses anteriores".

"Estamos no momento a fazer a passagem da fase 1 para a fase 2 antiga. Mas, neste momento, estamos a considerar alterar a tipologia da fase dois, colapsando a fase dois com a três, uma vez que há disponibilidade de vacinas para fazer uma nova estratégia. Neste período, neste trimestre, teremos uma vacinação na ordem das 97 mil vacinas dia, de grosso modo cerca de 100 mil por dia", explica o vice-almirante.

Sobre o número de vacinas que chegaram a território nacional, Gouveia e Melo informa que foram cerca de 2,6 milhões, das quais foram administradas cerca de 2,1 milhões de doses - das quais 1,5 milhões de primeiras doses, o que diz reporta a mais de 15% da população. O vice-almirante informou ainda que mais de 6% da população já tomou a segunda dose.

A vacinação de pessoas com mais de 80 anos já se encontra acima dos 90% e a de pessoas entre os 50 e 80 anos com comorbilidades está nos 80%, já os profissionais de saúde estão em cerca de 96%, os serviços essenciais da primeira fase nos 99% e as escolas nos 23%. O coordenador da 'task force' espera, no entanto, "atingir este fim de semana, muito rapidamente, [a vacinação] de todos os profissionais que trabalham na área de ensino”, com exceção do Ensino Superior.

Segundo explica, está a ser realizada uma vacinação por faixas etárias decrescentes e refere que está a ser feita uma transição entre a fase um - em que houve uma grande escassez de vacinas e que se tratou de uma fase de detalhe que exigia a identificação de grupos específicos - para uma fase que mistura as fases dois e três e que se trata de uma fase de abundância, em que o importante é a "fluidez”, a capacidade e o ritmo de vacinação.

Gouveia e Melo explicou ainda a dificuldade atual em encontrar as pessoas que faltam vacinar e que tal ocorre a partir do momento em que se atingem os 85% de vacinação de um determinado grupo. A partir desta semana, refere que vai ser realizada uma "sequenciação etária pura", e que vão utilizar para o efeito 90% das vacinas e os restantes 10% serão reservados para doenças que não estão relacionadas com a idade e que podem atingir populações mais jovens.

A população com mais de 60 anos de idade deverá ser vacinada contra a covid-19 até ao início de junho, anunciou também o coordenador.

“Quando vacinarmos toda a população acima dos 60 anos, na realidade, estaremos – segundo os dados dos óbitos - a proteger 96,4% das pessoas que faleceram em resultado desta pandemia. Vamos atingir este valor entre a última semana de maio e a primeira de junho”, afirmou, explicando que 96,4% das pessoas que morreram em resultado do novo coronavírus tinham mais de 60 anos. Atingiremos ainda a vacinação de 70% da população - que visa todas as pessoas acima dos trinta anos vacinadas - entre julho e agosto, segundo as declarações do coordenador, que salientou, porém, que estes números são referentes a uma previsão para a primeira dose.

Quanto ao processo de agendamento, essa vai ser mais uma das mudanças no plano de vacinação. O "agendamento centralizado” vai continuar a ser feito, mas vai "agregado com a possibilidade de auto agendamento”, que permitirá às pessoas, estando dentro da faixa etária respetiva, fazerem o agendamento para um centro de vacinação.

Porém, caso uma pessoa tenha "escapado" ao auto agendamento ou ao agendamento centralizado, poderá realizar o agendamento através de um familiar ou pedindo ajuda na junta de freguesia, GNR, PSP ou bombeiros.

Ministra admite que "já estivemos numa situação epidemiológica mais favorável"

Em declarações após a reunião de especialistas que hoje decorreu no Infarmed, Marta Temido realizou um balanço da mesma, realçando que a situação sofreu alterações nos "últimos 15 dias em que risco de transmissão está superior a 1" e que, embora se mantenha uma "incidência moderada”, "já estivemos numa situação epidemiológica mais favorável".

Marta Temido destacou a tendência “decrescente” em pessoas com mais de 80 anos e o “impacto positivo da vacinação” na incidência desses casos. A ministra destacou ainda a “incidência significativa de rastreios em ambiente escolar”, salientando que número de casos identificados em ambiente escolar é “bastante reduzido”.

Reforçando a ideia de que a vacinação é "o melhor instrumento de resposta à pandemia", a ministra recordou que a conclusão da vacinação de toda a população com mais de 60 anos permitirá "ter impacto que representaria 96% de casos fatais de infeção de covid-19” no país, alertando assim para a necessidade de manter as “medidas preventivas” e da importância de dar seguimento ao plano de vacinação.

Perante a situação atual, reiterou a necessidade de adequar as medidas à situação epidemiológica, justificando que "já estivemos numa situação mais favorável", há 15 dias ou há um mês, e apelou à necessidade de manter o equilíbrio entre o avançar o mais rápido possível no processo de vacinação e o ganhar tempo, através das medidas de saúde pública, mantendo a atenção à transmissão.

Sobre o avançar do plano de desconfinamento, Marta Temido explicou que "estes dias que estamos a viver são decisivos para que se consolidem tendências num sentido ou no outro e para que possamos tomar decisões na quinta-feira", relembrando que só então o Governo poderá decidir quais as "paragens" e "avanços" do plano de desconfinamento.

“Estavam previstos um conjunto de decisões [para 19 de abril], mas a nossa estratégia gradual e progressiva poderá ter paragens e avanços”, reitera.

Relativamente ao plano de vacinação, explicou que se vai entrar numa fase em que a celeridade é um aspeto importante.

Sobre a situação da vacina Johnson & Johnson, a ministra considerou ser ainda muito cedo para comentar a recomendação hoje emitida pelas autoridades de saúde dos Estados Unidos para uma pausa na administração da vacina contra a covid-19 da Janssen e recordou que Portugal ainda não administrou doses da vacina e que o país apenas começou a receber a vacina esta semana.

“Recebemos essa notícia enquanto decorria a reunião. Neste momento é prematuro falar. Essa vacina não foi ainda iniciada no território da União Europeia, estamos a receber as primeiras doses esta semana. Os efeitos adversos estão descritos, mas no balanço risco-benefício continuamos a saber que a vacina é a nossa melhor arma para sairmos desta doença”, explicou a governante.

Marta Temido reiterou a sua “confiança nas vacinas e naquilo que é o papel das autoridades” para levar a bom porto o combate à pandemia.

“[Pode haver] confiança nas autoridades reguladoras, sejam elas europeias ou outras autoridades, para continuarem a identificar eventuais reações adversas, para explicar com transparência, e para prosseguirmos naquilo que são os nossos planos de vacinação”, rematou.

Contexto epidemiológico do país

Em 15 de março teve início o plano de desconfinamento do Governo, com a reabertura de creches, ensino pré-escolar, primeiro ciclo do básico, comércio ao postigo e estabelecimentos de estética como cabeleireiros, numa primeira etapa.

A reabertura gradual de atividades suspensas prosseguiu com esplanadas, centros de dia e lojas com porta para a rua com menos de 200 metros quadrados e a retoma das aulas presenciais para os alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, numa segunda fase, em 05 de abril.

O plano do Governo prevê novas etapas de reabertura em 19 de abril e 03 de maio, mas as medidas poderão ser revistas em função do índice de transmissão (Rt) do vírus SARS-CoV-2 e do número de novos casos diários de infeção por 100 mil habitantes em Portugal.

Na segunda-feira, o Rt situava-se em 1,04 e o número de novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias era de 70.

Em Portugal, já morreram perto de 17 mil pessoas com covid-19 e foram contabilizados até agora mais de 827 mil casos de infeção com o novo coronavírus que provoca esta doença, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde (DGS).

[Notícia atualizada às 13:36]

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