“Eu, naturalmente, devo ouvir os especialistas antes de dizer o que quer que seja — a função dos políticos não é fazerem de especialistas, é tomarem decisões políticas depois de ouvirem os especialistas […] –, agora uma coisa é certa, que me sinto feliz porque vou para uma reunião do Infarmed com a melhor situação do último ano e meio”, afirmou o chefe de Estado.
Falando aos jornalistas portugueses em Roma, após se ter reunido com 14 chefes de Estado da UE na 16.ª reunião do Grupo de Arraiolos, Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que costumava “ir sempre com o coração pequeno — e às vezes pequeníssimo — para as reuniões do Infarmed, tais os números de casos, tais os números de internamentos em cuidados intensivos e tais os números de mortes”.
“Desta vez já se vai discutir abertura, muito abertura, ampla abertura […]. Parece outro mundo”, adiantou.
As reuniões sobre a evolução da situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, juntando políticos e especialistas, vão ser retomadas esta quinta-feira no Infarmed, em Lisboa, disse à agência Lusa fonte do executivo.
A reunião de quinta-feira, prevista para as 15:00, de acordo com a mesma fonte, decorrerá em formato “semipresencial”, esperando-se que, tal como aconteceu em 09 de julho, o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e o primeiro-ministro, António Costa, estejam na sede do Infarmed.
Como tem sido habitual, a ministra da Saúde, Marta Temido, e grande parte dos especialistas estarão presentes e, desta vez, os diferentes partidos com assento parlamentar poderão enviar um elemento à reunião. Os restantes acompanharão os trabalhos por videoconferência.
Na semana passada, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, adiantou que nesta nova reunião do Infarmed será debatido o novo patamar do processo de desconfinamento, num momento em que Portugal está próximo de ter 85% da população vacinada contra a covid-19.
“A intenção do Governo é que se realize uma nova reunião do Infarmed para debater este novo patamar e as medidas que se devem aprovar”, declarou a ministra da Presidência.
Apesar de não ter fornecido detalhes sobre o que vai acontecer quando Portugal atingir esse patamar de 85% da população vacinada, Mariana Vieira da Silva advertiu que, mesmo assim, o país, a partir de outubro, vai ter de continuar a conviver com algumas “medidas obrigatórias” e com recomendações da Direção Geral da Saúde.
Na última semana, o número de infetados e de internamentos tem estado a baixar em Portugal.
Desde março de 2020, morreram no país 17.882 pessoas e foram contabilizados 1.058.347 casos de infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.
Comentários