Segundo os autores do relatório, Washington deveria nomear um emissário para a crise e suspender grande parte do fornecimento de armas aos sauditas, até que estes terminem a intervenção lançada há quatro anos contra os rebeldes houthis.
A coligação militar liderada por Riade “deve parar de tentar obter dolorosamente qualquer vitória (…) e envolver-se totalmente na busca de uma solução política, mesmo que isso signifique dar mais peso do que deseja aos houthis num futuro próximo”.
“Os Estados Unidos devem liderar o caminho e encontrar a sua própria saída”, apontou o ICG.
Diante das pesadas baixas civis e após o assassínio do jornalista saudita Jamal Khashoggi, cuja responsabilidade foi atribuída por senadores norte-americanos ao príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, o Congresso norte-americano aprovou este mês uma resolução a exortar Donald Trump a terminar com todo o apoio à coligação militar saudita que intervém no Iémen.
O Presidente norte-americano, determinado a preservar sua aliança com Riade, ameaçou vetar o texto.
Desde 2015 que o Pentágono fornece um “apoio não-combatente” à coligação conduzida pela Arábia Saudita no Iémen, incluindo a entrega de armamento e fornecimento de informações. No final de 2018, os EUA suspenderam as suas operações de abastecimento em voo da aviação saudita.
O Iémen regista um devastador conflito após a intervenção de uma coligação árabe sob comando saudita em março de 2015, em apoio às forças pró-governamentais contra os rebeldes houthis.
As forças insurgentes são apoiadas pelo Irão, o grande rival xiita da Arábia Saudita sunita no Médio Oriente.
Segundo a ONU, este conflito provocou a maior catástrofe humanitária no mundo, com um balanço de mais de dez mil mortos. Diversas organizações não-governamentais consideram que o balanço das vítimas é muito superior.
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