“A nossa informação sobre gastos em saúde pública concentra sobretudo aquilo que são as despesas dos nossos serviços centrais, por exemplo a Direção-Geral da Saúde ou o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e não incorpora gastos em saúde pública de outras entidades”, explicou Marta Temido.
A governante falava aos jornalistas no Bairro da Jamaica, no Seixal, no distrito de Setúbal, onde o Hospital Garcia de Orta estava a disponibilizar várias consultas e rastreios à população, um dos exemplos de “promoção da saúde e prevenção da doença” que não fica incluído nos números sobre investimento em saúde pública.
Marta Temido abordou este assunto devido ao relatório da Organização Mundial de Saúde divulgado hoje, que aponta Portugal como um dos únicos quatro países da região europeia em que a percentagem de despesa em saúde pública se reduziu entre 2000 e 2017.
No entanto, segundo a ministra da Saúde, esta situação deve-se a uma “fragilidade” dos dados nacionais sobre os investimentos na saúde, por não incluir algumas atividades que têm impacto nesta área.
“O que é preciso fazer é, no fundo, colocar um rótulo em termos que atividades que têm impacto em saúde pública, concretamente em rastreios. Onde é que os fazemos? Nos cuidados de saúde primários. A quem é que pagamos para que se façam os rastreios? Aos cuidados de saúde primários”, explicou.
Marta Temido garantiu, assim, que o Governo “tem interesse em corrigir” esta situação, até porque “provavelmente, nunca, como nestes anos mais recentes, se investiu tanto em saúde pública”.
“O que eu estou a dizer aos portugueses é que os números que nós temos sobre investimento em saúde pública são bastante inferiores àquilo que é o gasto em saúde pública. O que precisamos de fazer para nos compararmos melhor aos outros países é fazer um esforço no sentido da identificação destes gastos, porque na verdade temo-los e, aliás, temos tido políticas de saúde pública muito significativas, algumas até no sentido de redução de despesa futura”, explicou.
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