Marcelo Rebelo de Sousa falava durante uma visita às instalações desta construtora na Cidade do México, em que também esteve presente o ex-vice-primeiro-ministro Paulo Portas, que atualmente preside ao Conselho Estratégico da Mota-Engil para a América Latina.

Paulo Portas não quis prestar declarações nesta ocasião, mas o chefe de Estado assinalou a sua presença, no início de uma intervenção de dez minutos, referindo-se ao ex-líder do CDS-PP como "um antigo político que está, de momento, dedicado a outras atividades, mas que gosta muito do México há muitos anos".

Depois, o Presidente da República elogiou a atividade da Mota-Engil no México, que é a maior investidora portuguesa neste país, onde está presente desde 2008.

"Falamos de quase dois biliões ou, como dizemos em Portugal, dois mil milhões de volume de negócio. Falamos de qualidade, falamos de trabalho, de tecnologia avançada, de mão de obra mexicana e portuguesa, que colabora e que em dez anos - dez anos - fez o que está aqui à volta e muito mais", disse.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, este "é o começo de um caminho" e abre-se "um novo ciclo, uma nova fase, um novo desafio, um novo objetivo".

"E, por isso. aqui está o Presidente da República de Portugal: para dizer que apoia este grande projeto, que tem muito orgulho no que foi feito e no que vai ser feito. E o Presidente está aqui com o ministro [da Economia] e com a secretária de Estado [dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação] e com os deputados dos diferentes partidos, porque é uma causa nacional", declarou.

Logo quando iniciou o seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa apresentou a delegação parlamentar portuguesa que o acompanha nesta visita de Estado ao México e destacou a presença de representantes de quatro partidos: Luís Campos Ferreira, do PSD, Edite Estrela, do PS, Rita Rato, do PCP, e Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS-PP.

Referindo-se ao projeto da Mota-Engil no México, o chefe de Estado prosseguiu: "Não é a causa de um Governo, ou de um partido, ou mesmo de um Presidente".

"É uma causa nacional", reafirmou, completando que “tal como a causa mexicana é uma causa nacional”, é “um encontro entre duas causas nacionais".

"Muitos parabéns, presidente António Mota, é uma honra para Portugal ter projetos como este", concluiu.

O chefe de Estado, que nesta ocasião descerrou uma placa de inauguração dos escritórios da Mota-Engil na Cidade do México, manifestou-se feliz por começar este dia "num ambiente de trabalho", onde "todos os dias se trabalha a criar riqueza, a criar justiça, a criar futuro", em vez de "num salão com protocolo".

Ainda sobre a atividade da Mota-Engil no México, o Presidente da República considerou que é necessário "que o Governo mexicano e os sindicatos mexicanos ajudem, se entendam quando se trata de resolver pequenos problemas que são menores do que aquilo que já existe no terreno".

Marcelo Rebelo de Sousa disse que, antes de se reunir com o Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, no Palácio Nacional, "tinha de pôr os pés na realidade" desta empresa, "uma realidade nas concessões, nas obras, no turismo, na energia".

"A política tem os pés assentes na realidade. E, quando eu hoje falar com o Presidente Peña Nieto da cooperação luso-mexicana, eu vou falar de uma cooperação que já existe - não é uma teoria, não é um mito, não é um sonho impossível, é uma realidade que existe", argumentou.