“Esperamos que o regime calcule, especialmente após esta viagem, que o apoio a Guaidó é de tal ordem que qualquer ação contra ele será um tiro pela culatra contra o regime”, disse Elliott Abrams, adido especial dos Estados Unidos para a Venezuela, durante uma conferência de imprensa, em Washington.
Reeleito como presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, onde a oposição detém a maioria, em 5 de janeiro último, Juan Guaidó desafiou uma proibição de saída do país, emitida pelas autoridades venezuelanas, e iniciou, há duas semanas, um périplo internacional que o levou à Colômbia, Europa, Canadá e Estados Unidos, à procura de apoio contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro.
Em Washington reuniu-se, hoje, com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, com Elliott Abrams, com o adido comercial dos EUA para a Venezuela, James Story e com o administrador da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, Mark Green.
Guaidó teve também encontros com a presidente da Câmara de Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, e com o secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), Luís Almagro, este último à porta fechada.
O ponto central de todas as reuniões foi a crise na Venezuela e a estratégia da oposição, apoiada pelos EUA, para afastar Nicolás Maduro do poder.
Na quarta-feira, durante o discurso anual sobre o Estado da União, perante o Congresso dos EUA, o Presidente norte-americano, Donald Trump, referiu-se a Juan Guaidó como “um herói” que luta contra a “tirania” e como “presidente legítimo da Venezuela”, e enviou uma mensagem à população da Venezuela de que todos os norte-americanos estão com “o povo venezuelano na sua luta justa pela liberdade”.
Por outro lado, Trump referiu-se a Nicolás Maduro como “líder ilegítimo, um tirano que trata brutalmente o povo”, prometendo “esmagar e quebrar” o seu regime.
Entretanto, o Governo venezuelano denunciou as “opiniões de interferência” feitas pelo Presidente dos EUA, dizendo que é “ilusória” a sua promessa de esmagar o regime de Nicolas Maduro.
Segundo o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, o que foi dito por Donald Trump é “um esforço agonizante” na estratégia de mudança de “governos pela força”.
A crise venezuelana agravou-se desde janeiro de 2019, quando o líder opositor e presidente do parlamento, Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de presidente interino da Venezuela até conseguir afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres no país.
Os EUA foram o primeiro de mais de 50 países que manifestaram apoio a Juan Guaidó, entre eles Portugal, uma posição tomada no âmbito da União Europeia.
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