Esteban Santiago, 26 anos, disse aos investigadores que planeou o ataque, comprando um bilhete de ida para o aeroporto de Fort Lauderdale, na Flórida, segundo uma fonte federal.
As autoridades continuam a não saber a razão porque Esteban Santiago escolheu este alvo e não descartam a hipótese de terrorismo.
Santiago foi acusado de um ato de violência num aeroporto internacional que resultou na morte – que implica a pena máxima de execução.
“As acusações de hoje representam a gravidade da situação e refletem o compromisso das autoridades federais, estatais e locais de continuarem a proteger a comunidade de aplicar a lei para proteger a comunidade e aqueles que nos visitam”, disse o procurador para a Florida Wifredo Ferrer.
No decorrer de uma nova conferência de imprensa, as autoridades revelaram sábado que entrevistaram cerca de 175 pessoas, incluindo um longo interrogatório a Esteban Santiago, um ex-soldado da Guarda Nacional, oriundo do Alasca, com 26 anos.
O agente do FBI George Piro disse que Esteban Santiago falou com os investigadores durante várias horas, após abrir fogo com uma arma semiautomática de nove milímetros que aparentemente foi legalmente verificada num voo proveniente do Alasca.
“As indicações são de que ele veio para concretizar este horrível ataque”, disse Piro, acrescentando que a investigação não identificou o que terá provocado o ataque.
Santiago tinha sinais de "comportamento errático"
Santiago irá apresentar-se amanhã em tribunal. O autor dos disparos que causaram a morte a cinco pessoas e ferimentos a outras seis já havia apresentado sinais de "comportamento errático", e chegou a Fort Lauderdale na própria sexta-feira, num voo oriundo do Alasca, onde morava.
O ataque ocorreu na área de recolha de bagagens do Terminal 2. As autoridades disseram que Santiago carregou a arma numa casa de banho e, de seguida, abriu fogo contra os passageiros. Quando a munição acabou, Santiago deitou-se no chão e entregou-se sem oferecer resistência quando a polícia se aproximou, segundo testemunhas.
O site TMZ divulgou hoje poucos segundos das primeiras imagens de uma câmara de segurança quando os tiros começaram. Nessas imagens, Santiago pode ser visto a caminhar com tranquilidade pelo terminal, com um objeto na mão esquerda, mas sem nenhuma mala. De seguida, pega com a mão direita na pistola escondida na cintura. Atira imediatamente duas vezes contra alvos não registrados pela câmara, sem deixar de caminhar. Depois, começa a correr.
Uma pessoa aparentemente ferida entra no enquadramento da câmara e volta a sair. O pânico toma conta das pessoas em redor, que demoram alguns segundos para perceber o que está a acontecer. Uma mulher esconde-se atrás de um carrinho de bagagens e outras atiram-se para o chão.
O autor dos disparos aparece por cinco segundos no vídeo, que dura 20 segundos.
A arma era uma pistola 9 mm semiautomática que Santiago tinha declarado e guardado na mala despachada no porão do avião. Viajar com uma arma na mala não é ilegal nos Estados Unidos, porque o porte de armas é garantido por lei.
O tiroteio fez com que milhares de viajantes fugissem para salvar as suas vidas e forçou o encerramento do aeroporto por 16 horas.
Santiago enfrenta acusações por crimes com arma de fogo e atos de violência num aeroporto, declarou o promotor especial Wilfredo Ferrer. Se for condenado, pode enfrentar a pena de morte ou prisão perpétua."Santiago começou a atirar e apontava para a cabeça das vítimas, até ficar sem munição", indicou Ferrer. "Estamos a analisar todas as linhas de investigação e as razões para este ataque espantoso", indicou o agente do FBI George Piro. "Continuamos a examinar o ângulo terrorista como potencial motivação para o ataque."
Ex-membro da Guarda Nacional em Porto Rico e Alasca, Santiago serviu no Iraque entre abril de 2010 e fevereiro de 2011. Concluiu as suas funções militares em agosto. A 7 de novembro, compareceu no escritório do FBI em Anchorage (Alasca), onde disse que o estavam a forçar a lutar pelo grupo Estado Islâmico e que a CIA controlava a sua mente ao obrigá-lo a assistir a vídeos da organização extremista.
Este "comportamento errático" levou os agentes a entrar em contato com a polícia local, que o levou até um centro médico para uma avaliação mental, segundo Piro. O chefe de polícia de Anchorage, Christopher Tolley, contou que Santiago foi ao escritório do FBI com uma arma carregada, mas que a deixou no carro com o filho recém-nascido.
A polícia reteve a arma por razões de segurança, mas Santiago recuperou-a a 8 de dezembro.Uma tia do suspeito, Maria Luisa Ruiz, indicou ao site de notícias NorthJersey.com que Santiago, cujo filho nasceu em setembro, sofria de problemas mentais.
Entre as vítimas está Olga Woltering, uma avó de 84 anos nascida na Grã-Bretanha que ia embarcar num cruzeiro com o marido, de 90 anos, publicou o jornal "Sun Sentinel", de Fort Lauderdale.Também perdeu a vida Terry Andres, de 62 anos, que iria de férias com a mulher, Ann, de acordo com o "Palm Beach Post". As outras vítimas são Michael e Kari Oehme, um casal de 50 anos. Ele foi morto e a mulher foi ferida no ombro, publicou o "Miami Herald".
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