Na decisão judicial de 44 páginas, divulgada esta terça-feira pela agência AFP, o juiz Jon Newman apontou que os dez argumentos levantados por “El Chapo” devem ser rejeitados e a sua condenação confirmada.
Considerado, na altura, como o traficante de droga mais poderoso do mundo, Joaquin "El Chapo" Guzman tinha sido condenado, em 2019, por transportar pelo menos 1.200 toneladas de cocaína para os Estados Unidos ao longo de um quarto de século, além de uso ilegal de arma de fogo e lavagem de dinheiro.
O famoso traficante de droga foi condenado a prisão perpétua, com uma sentença simbólica de 30 anos adicionais de prisão, por uso de armas automáticas.
Durante o julgamento, a acusação demonstrou que o mexicano, agora com 64 anos, tinha ordenado o homicídio ou condenado à morte pelo menos 26 pessoas, às vezes depois de serem torturadas. Entre estas estavam informadores, traficantes de organizações rivais, policias, colaboradores e até membros da própria família.
Como principais argumentos para o recurso, os advogados de “El Chapo” questionaram a sua condenação porque um dos jurados confidenciou ter tomado conhecimento dos elementos do caso pela comunicação social, durante o julgamento.
A defesa argumentou ainda que o isolamento total do mexicano desde a sua extradição para os Estados Unidos, em janeiro de 2017, tinha-o impedido de preparar a sua defesa.
“El Chapo”, que é ainda conhecido pela sua espetacular fuga de uma prisão mexicana através de um túnel, em 2015, está detido na prisão de alta segurança no Estado do Colorado, no oeste dos Estados Unidos.
A mulher do traficante de droga, Ema Coronel Aispuro, foi condenada, no final de novembro, a três anos de prisão por um tribunal norte-americano em Washington, após admitir, em junho, ter colaborado com o marido.
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