Esta reunião, a 11.ª, marca o primeiro aniversário deste grupo criado e liderado pelos Estados Unidos, e que integra atualmente cerca de 50 países.
Na véspera do encontro, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, que também irá marcar presença em Ramstein, fez a sua primeira visita a Kiev desde o início da guerra.
Na reunião que Stoltenberg manteve na quinta-feira em Kiev com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o fornecimento de armas de longo alcance dominou parte da conversa, e o líder da Aliança Atlântica prometeu cuidar do assunto na reunião de hoje em Ramstein.
Stoltenberg lembrou a Zelensky de que os cerca de 50 países envolvidos no Grupo de Contacto não estão todos convencidos sobre a iminência de entregar armas de longo alcance a Kiev, da mesma forma que continuam renitentes a entregar aviões de combate ao exército ucraniano, mesmo que seja unicamente para proteger as cidades ucranianas dos ataques aéreos comandados por Moscovo.
Zelensky instruiu a equipa ucraniana que vai participar na reunião do Grupo de Contacto para que explique as necessidades do exército ucraniano tendo em vista “a preparação de importantes próximas etapas”, palavras que foram interpretadas pelos analistas como uma referência à eventual e futura contraofensiva de Kiev contra as forças russas.
Ao longo desta semana, a imprensa ucraniana relatou que o Presidente Zelensky teve diversas reuniões com comandantes militares para angariar informação precisa para transmitir à delegação ucraniana que hoje marcará presença na base aérea norte-americana de Ramstein, onde estarão também diversos ministros da Defesa de países envolvidos na ajuda a Kiev, incluindo a ministra portuguesa, Helena Carreiras.
“Tenho estado envolvido diretamente em várias reuniões preparatórias do Grupo de Contacto. Esperamos decisões sólidas que vão ao encontro das nossas necessidades no terreno”, disse Zelensky, citado pela edição eletrónica do Odessa Journal.
A par das armas de longo alcance, a questão do envio de aviões de combate de última geração voltará a ser discutida neste novo encontro de Ramstein, com a delegação ucraniana a insistir na criação de uma “coligação de aviões de caça”, onde gostariam de ver incluídos os Estados Unidos.
A intenção e a expressão “coligação de aviões de caça” voltaram a ser repetidas na passada semana pelo primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmyhal, quando se encontrou com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, em Washington, no Pentágono.
Nessa ocasião, Lloyd Austin — que irá presidir à reunião do Grupo de Contacto – disse ao primeiro-ministro ucraniano que a matéria seria novamente discutida em Ramstein.
O designado “Ukraine Defense Contact Group” (nome original em inglês) foi criado em abril de 2022 na base de Ramstein, com a participação dos ministros da Defesa de mais de 40 países, incluindo de Portugal.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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