“Hoje, os Estados Unidos impõem sanções a duas entidades e 11 indivíduos que terão facilitado a transferência forçada e a deportação de crianças ucranianas dos campos” de deslocados, declarou Linda Thomas-Greenfield, numa reunião do Conselho de Segurança da ONU, que coincidiu com o Dia da Independência da Ucrânia.

Além disso, acrescentou, “estamos a tomar medidas para impor restrições de vistos a três entidades russas que se afirmam instaladas, pelo seu envolvimento na violação dos direitos de menores ucranianos”.

“A Rússia e os seus representantes capturaram crianças que fugiam à violência, forçaram crianças a abandonar escolas e orfanatos, e representantes locais enganaram ou coagiram pais a enviar os seus filhos para os chamados campos de verão e recusaram-se a devolvê-los”, explicou a diplomata norte-americana, indicando a existência nesses campos de “lavagem cerebral” e mesmo de treinos militares.

Linda Thomas-Greenfield referiu igualmente informações segundo as quais as autoridades bielorrussas ajudaram a transportar crianças ucranianas para campos na Bielorrússia.

“Os Estados Unidos não vão ficar em silêncio enquanto a Rússia comete tais crimes de guerra e crimes contra a humanidade”, insistiu a embaixadora.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandato de captura para o Presidente russo, Vladimir Putin, pela “deportação ilegal” de milhares de crianças ucranianas desde fevereiro de 2022, acusações que são rejeitadas por Moscovo.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão — justificada por Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.