O parque eólico “Indiana Crossroads Wind Farm”, inaugurado em White County, a cerca de uma hora de carro da cidade de Indianapolis, terá capacidade para produzir 302 megawatts (MW) de eletricidade por ano, o equivalente ao consumo de 80 mil lares locais, segundo a empresa.

Trata-se do maior projeto da EDP Renováveis até à data, com o trabalho de construção e desenvolvimento, como parte de um acordo “build-transfer” com a distribuidora Northern Indiana Public Service Company (NIPSCO).

O início das operações comerciais, que ficará a cargo da NIPSCO, está planeado para o fim do ano.

Em declarações à agência Lusa, Miguel Stilwell de Andrade, presidente executivo da EDP e EDP Renováveis, considerou que o parque eólico de Indiana é um “bom exemplo” dos investimentos da empresa nos Estados Unidos, “maior mercado individual”.

Entre os 50 Estados norte-americanos, o Indiana é onde a EDP Renováveis é mais competitiva e com uma presença “mais consolidada”, tendo já garantido um total de 2.200 MW de capacidade operacional provenientes de energia eólica e energia solar.

A nova estação vem reforçar o estatuto da empresa portuguesa como maior produtora de eletricidade com origem eólica no estado de Indiana.

“Nós temos um programa de investimento ambicioso, portanto estamos a investir cerca de 19 mil milhões de euros só em renováveis ao longo dos próximos cinco anos, no programa total de 24 mil milhões de euros. Cerca de metade desse investimento vai aqui para os Estados Unidos”, afirmou Miguel Stilwell, na sua primeira viagem aos Estados Unidos como presidente executivo.

Até 2025, a empresa pretende construir, nos Estados Unidos, infraestruturas com capacidade de 2 gigawatts por ano, sendo que já no próximo ano estão previstos mais de 1,5 GW.

A parceria entre a EDP Renováveis e NIPSCO, empresa de referência no Indiana e Ohio, já resultou em quatro projetos de energias renováveis, com um total de mais de 800 MW, para um equivalente de 200 mil lares.

“Temos a possibilidade de fazer outros projetos com eles, portanto já estamos, neste momento, a trabalhar com eles para construir novos projetos também aqui nesta zona, de cerca de 400 megawatts adicionais”, adiantou Miguel Stilwell à Lusa, depois de um evento que juntou responsáveis empresariais e líderes comunitários em White County.

A construção de parques eólicos pela EDP Renováveis resulta em “benefícios económicos” de dezenas de milhões de dólares para todo o estado de Indiana, com a “criação de empregos”, “pagamentos aos proprietários das terras e governos locais” e trazendo mais gastos da clientela aos negócios locais, sustentam a EDP e NIPSCO.

Só na América do Norte, a EDP Renováveis já desenvolveu 58 parques eólicos e oito parques de energia solar e conta com mais de 800 empregados.

EDP vê oportunidades de investimento em todo o território norte-americano

O presidente executivo da EDP e EDP Renováveis (EDPR) considerou que os 50 estados dos EUA “estão a olhar para as energias renováveis”, e representam oportunidades para a empresa portuguesa, em maior ou menor grau.

Porém, o crescimento da EDP Renováveis nos Estados Unidos não se faz por um plano geográfico, mas em resposta à procura.

A transição energética ganhou um ímpeto que abrange não só instituições do Estado e companhias de distribuição de energia, mas também empresas de outros setores, a nível individual, que querem tornar-se mais eficientes nos seus gastos e mais responsáveis nas emissões poluentes.

Segundo Miguel Stilwell, grandes empresas norte-americanas, como a Amazon, Google, Microsoft ou Walmart, “contratam muitos projetos renováveis, porque eles próprios também têm objetivos de sustentabilidade” e responsabilidade social a nível ambiental.

“Portanto, eles também acabam por ser bons consumidores para projetos nossos”, sublinhou.

O gestor disse à Lusa que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem “claramente uma atitude muito positiva” em relação às energias renováveis, o que, com o aumento de créditos fiscais, “ajuda a criar procura”, para a qual a EDP Renováveis se pode posicionar.

Com a diminuição e encerramento de centrais a carvão nos EUA, as energias e tecnologias renováveis são boas substitutas, trazendo consigo mais poupanças para os consumidores, afirmou o engenheiro.

Miguel Stilwell falava à Lusa à margem da inauguração do maior parque eólico da EDP no mundo, em White County, no estado de Indiana, uma “área fantástica para o vento e energia solar”, à semelhança de grande parte do interior e sudoeste dos Estados Unidos.

Já a nordeste ficariam mais beneficiados os projetos ‘offshore’, nas águas do Atlântico, segundo o presidente executivo, indicando que a EDPR está a desenvolver já um projeto ‘offshore’ para Massachusetts.

“Temos muitos investidores americanos que já investem, não só na EDP, mas diretamente em projetos nossos nos Estados Unidos”, garantiu Miguel Stilwell à Lusa, com referência a parcerias criadas entre a EDP com empresas norte-americanas.

Miguel Stilwell assegurou também que, quando o Governo norte-americano colocou a maior acionista da EDP, China Three Gorges, numa lista negra, em 2020, isso não interferiu com o trabalho e projetos da empresa na América.

“A gestão trabalha para todos os acionistas”, declarou o responsável, lembrando que enquanto a China Three Gorges (CTG) tem 19% do capital, os restantes 81% da EDP pertencem a outros acionistas.

“Nós estamos a investir nos Estados Unidos há 15 anos e acho que temos demonstrado que somos capazes de crescer com sucesso, independentemente da estrutura acionista”, disse o responsável, defendendo os “sistemas de boa governança”.

Só na América do Norte, a EDP Renováveis já desenvolveu 58 parques eólicos e oito parques de energia solar e conta com mais de 800 funcionários.

Até 2025, a empresa pretende construir, nos Estados Unidos, infraestruturas com capacidade de 2 gigawatts por ano, sendo que já no próximo ano estão previstos mais de 1,5 GW.