Questionado pela agência Lusa sobre de que modo é que o resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos da América (EUA) poderá impactar a presidência de Portugal no Conselho da União Europeia (UE), no primeiro semestre de 2021, Augusto Santos Silva apenas disse que vai aguardar pelo final da contagem dos votos.

“Já vivemos várias noites eleitorais, algumas são mais compridas do que outras. Algumas não são apenas noites, são dias, portanto, aguardemos tranquilamente pelos resultados para cumprimentar o vencedor”, explicitou o chefe da diplomacia portuguesa.

O candidato democrata às eleições presidenciais dos Estados Unidos, Joe Biden, derrotou no Wisconsin o Presidente Donald Trump, segurando os 10 delegados em causa, recuperando o estado que perdera na votação de 2016.

A campanha de Trump já pediu uma recontagem.

A vitória de Biden no Wisconsin permite adicionar mais 10 delegados aos 238 já obtidos para o Colégio eleitoral, enquanto Trump se mantém nos 213.

Para se vencer as eleições será necessário que um dos candidatos atinja os 270 delegados no Colégio eleitoral.

Em 2016, Trump ganhou as presidenciais no Wisconsin com pouco menos de 23.000 votos, marco que, conjugado com as vitórias no Michigan e na Pensilvânia, ajudou a garantir seu primeiro mandato na Casa Branca.

Aguardam-se ainda os resultados de seis estados, entre eles a Pensilvânia, Michigan, Geórgia e Carolina do Norte.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal falava à Lusa depois de uma reunião com o homólogo argelino, Sabri Boukadoum, e de um encontro com o primeiro-ministro da Argélia, Abdelaziz Djerad.

Santos Silva disse que esta visita está inserida no objetivo da presidência portuguesa da UE de “desenvolvimento da política de vizinhança Sul”, ou seja, as relações entre a Bruxelas e o Norte de África.

“Faz 25 anos este ano que se iniciou o chamado Processo de Barcelona e se criou a União para o Mediterrâneo. Há essa expectativa de que possamos avançar, no próximo semestre, no reforço das relações com o Magreb e, portanto, quis trocar pontos de vista com a Argélia sobre as perspetivas para esse reforço das relações”.

O governante lembrou ainda a “forte componente económica” entre Portugal e a Argélia, uma vez que o país é “um dos principais fornecedores de gás” para Portugal e há mais de 80 empresas portuguesas no país.