Savannah Graziano, de 15 anos, foi baleada quando seguia as instruções de um agente, que lhe pedia que se afastasse do seu pai, que estava armado e que tinha matado a sua mãe no dia anterior. A polícia não respondeu ao contacto feito pela AFP.

O facto ocorreu em setembro de 2022, quando os oficiais do condado de San Bernardino perseguiam um veículo conduzido por Anthony Graziano, onde Savannah estava no banco do passageiro. Imagens de um helicóptero da polícia rodoviária mostram a carrinha a deslocar-se a cerca de 175 km/h, enquanto disparos são feitos na direção dos agentes.

A perseguição terminou quando Graziano tomou a saída errada e acabou a parar num terreno baldio, onde foi cercado pela polícia. Imagens mostram a adolescente a sair do carro e a caminhar em direção a um agente que a tinha chamado.

Uma comunicação via rádio, aparentemente vinda do helicóptero, avisa os polícias que Savannah está fora do carro.  A jovem agacha-se por alguns segundos, antes de caminhar em direção a um grupo de agentes no local..

Uma aparente troca de tiros é ouvida no vídeo e a imagem de Savannah perde a nitidez, enquanto uma voz diz no rádio: "Oh, não". "Venha até mim! Venha, venha, venha.... Caminhe", ouve-se de um agente no local, ao mesmo tempo em que se escuta uma troca de tiros.

"Parem! Parem de atirar nela!", diz o agente aos seus colegas. "Está no carro!". A morte da adolescente foi declarada num hospital local. O seu pai também morreu durante a ação. Armas e equipamentos à prova de balas estavam na carrinha, além de munições, informou a polícia.

Os agentes envolvidos não tiveram os seus nomes divulgados. A investigação está a cargo do Departamento de Justiça da Califórnia.

O vídeo foi divulgado pelo departamento forense do xerife de San Bernardino, semanas depois de dois agentes daquela jurisdição terem atirado sobre um jovem autista de 15 anos a atravessar um episódio de saúde mental. Os dois incidentes trazem a debate público o uso da força policial.

Encontros violentos com membros das forças de ordem não são incomuns nos Estados Unidos. Um balanço do jornal The Washington Post mostra que mais de 1.100 pessoas foram baleadas por agentes em todo o país nos últimos 12 meses.

Os números não são oficiais e podem pecar por defeito, uma vez que os departamentos de polícia não são obrigados a reportar esses incidentes ao governo federal.