A decisão é justificada pelos Estados Unidos pelo facto de os veículos estarem a ser utilizados para “reprimir violentamente as vozes de que quem protesta pacificamente contra as ações do Governo” da Nicarágua, referindo-se aos protestos que já causaram mais de 280 mortos no país.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Nicarágua, Denis Moncada, escreveu na rede social Twitter que a polícia começou a devolver na terça-feira as viaturas doadas pela Administração norte-americana.

“Hoje [terça-feira] foram devolvidos os vículos à embaixada dos Estados Unidos e agora exigimos o pagamento de 16 mil milhões de dólares (13,8 mil milhões de euros] como reparação da guerra que financiaram em território nicaraguense com os grupos ‘contra'”, publicou o governante.

Denis Mincada referia-se a danos causados à Nicarágua por financiar grupos ‘contras’ que lutaram com armas contra o governo revolucionário sandinista (1979-1990).

Desde 18 de abril, a Nicarágua está mergulhada na crise sociopolítica mais sangrenta ocorrida desde os anos 1980, também com Daniel Ortega como Presidente.

Os protestos contra Ortega e a mulher, a vice-presidente Rosario Murillo, começaram por causa de reformas fracassadas da segurança social e transformaram-se depois em exigências de demissão do chefe de Estado, depois de 11 anos no poder, alvo de acusações de abuso de poder e corrupção.