Em jogo nesta "super terça-feira", que pode ser decisiva para o desfecho final das primárias do Partido Democrata, estão 1.344 delegados, cerca de um terço dos 3.979 nomes que decidirão quem vai ser o adversário do republicano Donald Trump nas eleições de novembro, numa altura em que menos de uma dezena de candidatos se encontra ainda a disputar as primárias democratas.

Depois de conhecidos os resultados da votação na Carolina do Sul, no sábado, alguns dos principais nomes, como Pete Buttigieg e Tom Steyer, abandonaram a corrida, deixando o grupo de candidatos mais bem posicionados nas sondagens reduzido a quatro nomes: Bernie Sanders, Joe Biden, Elizabeth Warren e Michael Bloomberg.

O ex-vice-Presidente Joe Biden precisava de ganhar as primárias na Carolina do Sul para se manter com hipóteses na corrida presidencial e enfrentar o favoritismo do senador Bernie Sanders.

A vitória de Biden na Carolina do Sul deu-lhe uma dose de confiança extra e revelou a sua eficácia política em estados com um eleitorado muito diverso, nomeadamente com forte presença de eleitores afro-americanos.

Os eleitores afro-americanos são um nicho importante nas primárias democratas já que, por tradição, concentram os seus votos num único candidato preferencial e, este ano, pelo constatado na Carolina do Sul (onde 53% do eleitorado era afro-americano), esse candidato é Joe Biden.

Por isso, Biden tem insistido tanto na sua proximidade a Barack Obama, de quem foi vice-Presidente, repetindo inúmeras vezes a sua identificação com o perfil do ex-Presidente de origem afro-americana.

Mas as sondagens indicam que, nas primárias de terça-feira, Bernie Sanders continua a ser o candidato mais bem posicionado para vencer os estados com maior número de delegados: Califórnia e Texas.

“Não podemos ganhar todas. Já ganhámos as eleições no Iowa, New Hampshire e Nevada. Desta vez perdemos, mas não perdemos a confiança”, disse o senador Bernie Sanders que, apesar de ter ficado em segundo lugar na Carolina do Sul, mantém uma confortável vantagem sobre os adversários.

A senadora Elizabeth Warren deposita confiança no resultado na Califórnia, seu estado natal, onde investiu grande parte do seu dinheiro de campanha, em ações no terreno e tempo de antena.

Warren e Sanders estão próximos ideologicamente, com posições mais progressistas e radicais, deixando Joe Biden como o candidato com maior capacidade de apelar ao eleitorado moderado, o que pode ser importante num estado mais conservador como o Texas.

Uma incógnita nesta “super terça-feira” será o resultado do bilionário Michael Bloomberg, que se apresenta nos boletins de voto pela primeira vez, tendo abdicado das primeiras primárias, após uma entrada tardia na campanha eleitoral.

Bloomberg foi, por isso, o único candidato a ter feito ações junto dos eleitores em todos os 14 estados e um território que estão em disputa na terça-feira, para além dos mais de 400 milhões de euros que gastou, da sua imensa fortuna pessoal estimada em mais de 50 mil milhões de euros, em tempos de antena.

Bloomberg participou nos dois mais recentes debates televisivos e foi alvo de fortes críticas por parte dos seus adversários, especialmente pelas acusações de comportamento impróprio no seu relacionamento com mulheres nas empresas que dirige, uma matéria sensível nesta campanha democrata.

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