Na segunda-feira, o Governo norte-americano pareceu querer acalmar a tensão com os chineses, ao decidir este período transitório de 90 dias, que pode ser aproveitado pela Huawei e os seus parceiros comerciais para se adaptarem.
“Esta autorização geral temporária dá (ao setor) tempo para se reorganizar e ao Departamento (do Comércio) a possibilidade de determinar as medidas apropriadas a longo prazo para as empresas de telecomunicações norte-americanas e estrangeiras, que hoje se servem dos equipamentos da Huawei para alguns serviços essenciais”, indicou o secretário do Comércio, Wilbur Ross, em comunicado.
Em resumo, esta decisão vai permitir aos utilizadores de equipamentos Huawei continuar a utilizá-los.
Em contexto de guerra comercial entre Pequim e Washington, o Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu na semana passada interditar as exportações de produtos tecnológicos norte-americanos para algumas empresas consideradas “de risco” para a segurança nacional. O conglomerado Huawei encontrou-se assim na lista negra de Washington.
A Google, cujo sistema Android equipa a imensa maioria dos ‘smartphones’ no mundo, anunciou no domingo que ia cortar as ligações com a Huawei, o que teria por resultado impedir o grupo chinês de aceder a alguns serviços do Android e das suas aplicações Gmail ou Google Maps.
Esta decisão afetaria uma série de empresas norte-americanas, das vendedoras de programas informáticos às produtoras de semicondutores que fornecem a Huawei.
Esse grupo chinês é não apenas o número dois dos ‘smartphones’. Mas também um dos líderes dos equipamentos das redes de telecomunicações.
Presente em 170 dias, o grupo é suspeito pelos EUA de espionagem em proveito de Pequim, que teria largamente contribuído para a sua ascensão internacional. Washington já tinha proibido aos seus militares a utilização de equipamentos Huawei, a qual desmente firmemente qualquer espionagem.
Washington receia que o grupo seja um “cavalo de Troia” da China, devido designadamente ao passado militar do seu patrão. E, em especial, a uma lei, votada em 2017, que obriga as grandes empresas chinesas a cooperarem com os serviços de informações do país.
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