“Até ao dia de hoje não identificámos qualquer facto concreto, não tivemos no nosso entendimento nenhuma evidência de que algo possa alterar os resultados das eleições, como mudar a decisão soberana dos eleitores”, disse a chefe da missão e ex-Presidente da Costa Rica (2010-2014) Laura Chinchilla, em declarações à agência noticiosa espanhola EFE.

Esta é a primeira missão da OEA nos Estados Unidos em 54 anos de missões de observação eleitoral na região.

A missão coincide com um ato eleitoral já qualificado como atípico e muito tenso, mas também com as declarações polémicas do candidato presidencial republicano, Donald Trump, sobre o sistema eleitoral americano.

Trump denunciou que o sistema está “viciado” e afirmou ser vítima de uma “elite global” e de uma “imprensa corrupta” que pretende manipular a eleição de 08 de novembro a favor da rival democrata Hillary Clinton.

Também não esclareceu se irá aceitar o resultado das eleições, reservando-se o direito de contestar o escrutínio.

“Podem existir problemas, erros que sejam cometidos, mas falar de uma fraude a nível nacional capaz de mudar os resultados dos eleitores é muito pouco provável de ocorrer”, referiu Laura Chinchilla, que nas últimas semanas reuniu-se com as autoridades de vários estados e visitou os locais onde decorre a votação antecipada (permitida em 37 dos 50 estados federais dos Estados Unidos e no distrito de Columbia).

“A natureza muito descentralizada do processo faz com que seja praticamente impossível”, frisou.

Segundo a chefe da missão da OEA, o sistema eleitoral dos Estados Unidos é “muito diferente” dos outros sistemas da região, especialmente por ser muito descentralizado, porque “não existe uma autoridade central que gere o processo” e porque “mais que as autoridades, são os cidadãos organizados os protagonistas”.

A equipa da OEA detetou “fragilidades do sistema”, assinalando, no entanto, que por muito que seja evoluído o sistema estas fragilidades são normais.

Um reforço dos requisitos para o registo de votos, um maior rigor ao nível da identificação dos locais e dos eleitores e queixas relacionadas com o número de assembleias de voto abertas foram algumas das deficiências do sistema eleitoral identificadas pela missão.

A missão da OEA visitou o estado da Pensilvânia, considerado como um dos estados decisivos, antes das eleições agendadas para a próxima terça-feira, uma vez que as autoridades estaduais proíbem qualquer missão de observação internacional no dia da votação.

Esta regra também é aplicada na Florida, Nevada, Ohio e Carolina do Norte, estados que também são considerados decisivos (também conhecidos como “swing states”, estados que não têm uma tendência de voto definida) para as presidenciais norte-americanas.

Até ao momento, mais de 38 milhões de eleitores americanos registados votaram por antecipação, segundo dados divulgados no ‘site’ United States Elections Project.

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