Fonte do Governo espanhol revelou que a cimeira irá também abordar outros aspetos da atualidade europeia, como a luta contra o terrorismo e os desafios colocados pela pressão migratória, nomeadamente na fronteira sul do continente.
Mariano Rajoy (Espanha) será o anfitrião dos presidentes François Hollande (França) e Nikos Anastasiades (Chipre) e dos primeiros-ministros António Costa (Portugal), Paolo Gentiloni (Itália), Alexis Tsipras (Grécia) e Joseph Muscat (Malta).
Segundo a mesma fonte, o encontro vai “oferecer” aos líderes dos sete países presentes “uma nova oportunidade para lançar uma mensagem de unidade e compromisso com o projeto de integração europeia num momento decisivo da sua história”.
A Cimeira de Madrid é a terceira dos países do sul da Europa, depois da que teve lugar em Atenas, em 9 de setembro do ano passado, e a de Lisboa, em 28 de janeiro último.
O Governo espanhol considera que a Europa deve tratar as questões que mais preocupam os europeus, que no plano económico é assegurar o bom funcionamento do grande mercado único e do euro.
Quanto ao processo de saída do Reino Unido, Madrid destaca a necessidade de se alcançar um acordo “justo e equilibrado” que lance as bases para uma relação futura benéfica para as duas partes.
No final da cimeira está prevista a adoção de uma “declaração comum” que fará uma referência a todos estes temas.
A reunião dos países do sul irá coordenar a posição que estes vão levar em 29 de abril à Cimeira Europeia extraordinária dos países da União Europeia que deverá adotar as “orientações para a negociação” do acordo de saída do Reino Unido.
Os preparativos da negociação com Londres foram marcados nos últimos dias pela polémica sobre Gibraltar, um pequeno território com 32.000 habitantes, cedido pela Espanha ao Reino Unido em 1713, que Madrid reclama como sendo parte do seu território.
De acordo com um projeto de “orientações para a negociação” dos 27 publicado na semana passada, a posição de Espanha será decisiva na aplicação em Gibraltar de qualquer acordo entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido depois do ‘Brexit’.
Londres criticou esta disposição, com receio de que Madrid se aproveite da situação para obter ganhos de causa para a sua pretensão de recuperar Gibraltar.
A Cimeira de Madrid consiste num almoço de trabalho na segunda-feira entre as 14:15 e as 16:45 (uma hora menos em Lisboa) no Palácio do Pardo, sendo seguida pelas habituais declarações à imprensa dos líderes.
Os sete países do sul da Europa concordaram em 28 de janeiro último, em Lisboa, na necessidade de cooperarem para alcançar uma União Europeia "forte e unida", capaz de devolver a esperança aos cidadãos e combater populismos.
"Confirmamos o nosso objetivo de aumentar a nossa cooperação e de contribuir para uma União Europeia forte e unida", lê-se na Declaração de Lisboa, divulgada no final da cimeira.
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