Adélio Neiva da Cruz discursava na conferência “Estará a Europa Mais Preparada Perante a Ameaça Terrorista?”, promovida pelo Observatório do Mundo Islâmico (OMI), pela Autónoma Academy, em que participou também o diretor da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves.

“Sim [está mais bem preparada], uma vez que há uma experiência acumulada pelos serviços de informações e pelas forças de segurança relativamente à prevenção e ao combate ao terrorismo. Sim, também, porque há uma consciência do caráter transnacional desta ameaça que resultou numa intensificação da cooperação internacional, nestes planos”, afirmou Neiva da Cruz.

O diretor do SIS destacou que, tanto a nível nacional como europeu, foram desenvolvidas e implementadas medidas, mesmo no plano legislativo, para prevenir a radicalização para o extremismo violento e terrorismo, que contaram com o envolvimento da sociedade civil e de entidades com responsabilidade por conteúdos ‘online’.

“Mas, sem querer ser pessimista, há outros aspetos que nos levam a responder o contrário. Por exemplo, a exploração de novas tecnologias e ambientes é sempre mais célere por parte de extremistas e terroristas do que por parte das entidades que lhe devem dar resposta, mesmo que estas últimas tenham antecipado o potencial dessas tecnologias para o terrorismo”, sustentou.

Para Neiva da Cruz, as entidades que se dedicam à prevenção e combate ao terrorismo “estão sempre dependentes de ‘inputs’ legislativos, financeiros, tecnológicos e de recursos humanos”, que “têm os seus ‘timings’ próprios”.

“Neste contexto, devemos estar já particularmente atentos à exploração do ‘metaverso’ e de ferramentas de Inteligência Artificial por agentes de ameaça terrorista, visto que oferecem possibilidades de atividade mais amplas e sofisticadas”, sublinhou.

Já o diretor da PJ portuguesa salientou a importância de uma cada vez maior interação entre as diferentes forças de segurança para prevenir o terrorismo, frisando, tal como Neiva da Cruz, que a Europa está, hoje em dia, melhor preparada para se defender de atos terroristas.

Para Luís Neves, e a título de exemplo, a partilha de informações entre a Europol e a Interpol permitiu reconstituir, 24 horas depois, os passos dos autores dos atentados terroristas de 2005 em Londres.

O diretor da PJ lamentou, nesse sentido, que, apesar da partilha de dados entre as diferentes instituições de segurança internacionais, os autores e/ou grupos de terrorismo se aproveitarem também da Internet para promover outro tipo de ações que ajudam a fomentar o fenómeno, como os populismos, as “fakenews” e os ódios de todos os tipos (racial, religioso, etc).

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