“[O acordo] é prova que a diplomacia funciona e apresenta resultados (…). A União Europeia vai continuar a trabalhar pelo respeito e implementação deste acordo extremamente importante, acima de tudo pela nossa segurança”, afirmou Mogherini antes de entrar para uma reunião com ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia.
Com esse acordo, que entrou em vigor a 16 de janeiro de 2016, há um ano, o Irão comprometeu-se a aceitar limitações e uma maior supervisão internacional sobre o seu programa nuclear.
O acordo incluiu uma redução das reservas de urânio enriquecido a menos de 300 quilos no Irão e que o nível de enriquecimento seja menor do que 4%, muito abaixo do necessário para alimentar uma bomba nuclear.
Em troca, as outras potências mundiais concordaram levantar as sanções comerciais e diplomáticas.
Estas declarações de Mogherini acontecem depois de Donald Trump considerar o acordo com o Irão "desastroso" e afirmar que a prioridade número um é “desmantelá-lo”.
Concluído em julho de 2015 entre o Irão e o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança — EUA, Rússia, China, França e Reino Unido — e a Alemanha), o acordo nuclear permitiu o levantamento de parte das sanções internacionais em troca do compromisso de Teerão de que o seu programa nuclear tem fins pacíficos.
Trump, que toma posse na próxima sexta-feira, afirmou na campanha que o acordo com o Irão é “desastroso” e “o pior acordo alguma vez negociado”, prometendo que a sua “prioridade número um” será “desmantelá-lo”.
Desde que foi eleito, em novembro, Trump não avançou qualquer plano para o fazer, mas escolheu dois partidários de uma linha dura nas relações com o Irão para secretário da Defesa, James Mattis, e para diretor da CIA, Mike Pompeo.
Pompeo escreveu imediatamente na rede social Twitter estar “ansioso para reverter este acordo desastroso”, mas Mattis, numa audição de confirmação no Senado, afirmou: “Quando a América dá a sua palavra, temos de a respeitar e trabalhar com os nossos aliados”.
Vários analistas sublinham que uma anulação do acordo é improvável, desde logo porque foi apoiado pela Rússia de Vladimir Putin, com quem Trump quer melhorar as relações, numa resolução que foi favoravelmente votada pelos restantes membros do Conselho de Segurança da ONU.
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