“Tudo o que o Governo tem oferecido até agora é uma manta curta demais, para tapar de um lado, destapar de outro isto, não é solução. As pessoas estão de coração nas mãos porque querem ter a certeza que num momento de necessidade as suas crianças têm acesso à urgência e por isso não pode haver remendos, é preciso mesmo mais capacidade para o SNS, deixar a política de remendos”, criticou Catarina Martins, numa ação de campanha na cidade de Viseu.

Catarina Martins, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, e o ‘número dois’ na lista para as eleições europeias, José Gusmão, juntaram-se hoje a um protesto na cidade de Viseu contra o fecho noturno das urgências pediátricas da Unidade Local de Saúde Viseu Dão Lafões (ULSVDL).

Na data em que se assinala o Dia Internacional da Criança, muitas foram as crianças que se juntaram aos pais no protesto em frente à Câmara Municipal de Viseu, alertando que numa situação de emergência a única alternativa será ir até outro distrito, como Coimbra ou Aveiro.

Sublinhando a necessidade de contratar mais médicos, enfermeiros, técnicos de saúde, e valorizar as carreiras destes profissionais, Catarina Martins voltou a criticar o plano de emergência para a saúde apresentado pelo governo minoritário PSD/CDS-PP esta semana, afirmando que este insiste em propostas que antes não resolveram os problemas.

“Um Governo novo que promete o mesmo que o anterior não está a resolver o problema. Nós precisamos mesmo de mais investimento no SNS e de melhores carreiras para que os profissionais fiquem cá”, frisou, ao mesmo tempo que se entoavam palavras de ordem como “Montenegro, escuta, Viseu está em luta”.

Interrogada sobre o que pode uma eurodeputada fazer sobre estas matérias no Parlamento Europeu, Catarina Martins voltou a criticar as novas regras orçamentais da União.

“Os partidos europeus do PS, PSD, CDS-PP e IL aprovaram uma série de regras que nos impedem de melhorar carreiras, ou que tornam mais difícil aos governos nacionais fazerem caminhos para melhores carreiras e mais investimento na saúde. Também no Parlamento Europeu é preciso lutar por regras que digam que Portugal, sim, precisa de investir mais na saúde, nos seus profissionais de saúde”, afirmou.

Para Catarina Martins, a cooperação europeia não significa formar excelentes profissionais de saúde e enviá-los para o estrangeiro, realçando a importância de os reter no país.

Ao lado da candidata, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, também se juntou às críticas ao novo plano do executivo, sublinhando que “não só o privado não garante melhor serviço como sai muito mais caro do que contratar médicos, que são também formas de manter uma atividade no interior” do país.

Entre os vários testemunhos, uma das organizadoras realçou que a população de Viseu também não terá resposta no privado durante a noite, uma vez que “um hospital não tem pediatria e o outro encerra às 20:00”.

“Eu não admito, quero viver num país e numa cidade com os mínimos olímpicos”, pediu uma cidadã viseense.