Estas posições foram defendidas pelas duas dirigentes bloquistas, em declarações aos jornalistas, após uma pequena arruada em Moscavide, distrito de Lisboa, altura em que foram questionadas sobre a visita oficial que o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fará a Portugal na terça-feira.

"Não podemos dizer que a Ucrânia tem direito a defender-se e deixarmos a Ucrânia sem meios para se defender. O BE tem sido muito claro sobre isso. Mas além disso é preciso saber fazer caminhos para a paz, defender o território, exigir a retirada das tropas russas para que possa haver paz no território europeu e a União Europeia devia ter uma autonomia estratégica e uma voz mais forte nessa matéria", defendeu Catarina Martins, 'número um' do BE para as europeias de 09 de junho.

Catarina Martins afirmou que "há quem goste de falar na guerra quase como se fosse um jogo de 'playstation'" mas salientou que num conflito morrem pessoas, "sobretudo na Ucrânia e é por isso que é preciso princípios claros".

"O apoio deve ser para a defesa da Ucrânia, o caminho deve ser uma negociação da paz com a exigência da retirada das tropas russas. A guerra é séria demais para ser um jogo de campanha", atirou.

Momentos depois, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, concretizou as críticas da candidata às eleições europeias e antiga líder bloquista.

"Queria denunciar uma mentira que foi hoje proferida pelo presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, que disse que o BE queria uma paz negociada com a Rússia, ou uma paz que fosse de alguma forma condicionada pela vontade de Putin e as suas pretensões no território ucraniano. É falso, a posição do BE é a mesma desde o início da invasão, a da defesa da integridade do território da Ucrânia e de uma política de paz", sublinhou Mariana Mortágua.

A coordenadora acrescentou que "o que não ouvirão da parte do BE são declarações que acham que a guerra é um jogo, que é um filme de 'cowboys', que é o filme de ação que passa na televisão".

"Não é, há vidas em risco e também por isso é preciso uma voz sensata na União Europeia, que seja firme na defesa da paz, um caminho para a paz e que não embarque em escaladas irresponsáveis, militaristas, e que trazem consequências para todos, a começar pelo povo da Ucrânia", afirmou.

Mortágua insistiu que a Ucrânia "tem direito à sua autodeterminação, foi invadida por Putin" e salientou que "nenhum partido foi tão claro nas suas críticas a Putin como o BE quando o governo do PSD e CDS ainda vendiam vistos 'gold' aos oligarcas de Putin".

"O BE tem um passado de coerência nas críticas a Putin. E sempre nos comprometemos com a solidariedade com o povo ucraniano", afirmou.

Numa ação de campanha, o presidente da IL considerou a visita de Volodymyr Zelensky no âmbito de uma campanha eleitoral para as europeias "uma excelente oportunidade" para os portugueses refletirem.

Segundo Rui Rocha, há partidos, como a IL, que são claros no seu apoio à Ucrânia e na importância de resistir e vencer a guerra, sendo esse o "caminho certo", depois há outros que defendem que aquele país deve ceder às pretensões da Rússia, o que é "francamente indesejável".