“Fizemos um acordo para tirar a direita do Governo da República. A condição que o BE pôs à cabeça foi o descongelamento das pensões e a proteção da Segurança Social. Não o fizemos por acaso”, argumentou a dirigente bloquista num almoço comício no Funchal, na Praça do Peixe, que reuniu cerca de 400 pessoas.
Catarina Martins referiu que, em 2015, “PSD e CDS tinham prometido à União Europeia que iam fazer um ajustamento, que, como Maria Luís Albuquerque [ministra das Finanças do anterior Governo do PSD] disse, significava um corte de 600 milhões de euros às pensões todos os anos”.
A coordenadora do Bloco de Esquerda disse que, caso essa promessa se confirmasse, entre 2017 e 2019, “os pensionistas iam ter cortes”, uma situação que “era preciso travar”.
“Mas o PS também prometia, não os cortes diretos, mas indiretos de congelamento, com 250 milhões de euros a serem tirados aos pensionistas a cada ano”, acrescentou.
Catarina Martins realçou que foi esta política que levou então o BE a colocar “como condição inicial [para um acordo com o PS] o descongelamento das pensões”.
“Porque quem trabalha toda uma vida, paga as suas contribuições” e acaba pagando a “riqueza do país, não pode ser tratado como a peste grisalha, como fez o PSD”, criticou.
Considerando que existem, atualmente, “condições melhores de acesso à reforma e foi feito um pouco mais de justiça”, Catarina Martins destacou que as reformas “são baixas demais” e é “indigno um país que obriga os seus reformados a escolher entre o jantar e os medicamentos”.
“É por isso que sabemos que não chega o caminho que foi feito até aqui e é preciso fazer mais e vamos a estas eleições europeias dizer que é preciso mais respeito por quem trabalhou e proteger as pensões”, declarou.
Catarina Martins disse ter lido nos jornais que Pedro Passos Coelho (PSD) “vai entrar na reta final da campanha do PSD”, o que seria uma oportunidade para “explicar os cortes” de 600 milhões de euros que pretendia fazer.
“E talvez o PS possa explicar também porque queria congelar os 250 milhões de euros ao ano”, acrescentou, defendendo que “a sustentabilidade da Segurança Social consegue-se com emprego, crescimento da economia e mais gente a contribuir para um sistema que é de todos”, sendo “isso que está em debate na Europa”.
“É por isso, que dia 26, votar é proteger as pensões”, sublinhou.
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