Para João Ferreira, só a força política que junta comunistas e ecologistas "foi diferente dos que foram todos iguais", por exemplo na defesa da agricultura.

"Não, não foram nem são todos iguais", reforçou, durante um almoço do primeiro dia oficial de campanha eleitoral com os trabalhadores do município de Palmela, na Sociedade Filarmónica "Os Loureiros".

"Há aí quem esteja neste momento muito atarefado a tentar mostrar diferenças, a encenar divergências e vale tudo: desde se os candidatos são mais ou menos engraçados, se aparecem mais ou menos os candidatos de uns ou outros, se as direções partidárias dão mais importância a uns ou outros. Vale tudo para esconder o essencial", reclamou.

O secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa tinha afirmado há dias que os candidatos de PSD e CDS-PP eram "engraçadinhos" e, entretanto, a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, respondeu-lhe que o cabeça de lista socialista, Pedro Marques, tinha "má cara", em virtude da má utilização dos fundos europeus.

"O essencial foi que quem agora procura tão desesperadamente mostrar estas diferenças esteve junto no Parlamento Europeu, em todas as votações decisivas para o nosso país, nos últimos cinco anos", insistiu João Ferreira.

Segundo o eurodeputado comunista, PS, PSD e CDS-PP "estiveram juntos na aprovação de propostas que tiveram impacto na agricultura, pescas, indústria, juntos a aceitar os cortes no orçamento" para Portugal, "juntos a aprovar as recomendações da Comissão Europeia que diziam que os salários não podiam subir em Portugal ou que se tinha de cortar na despesa pública, nos serviços públicos (saúde, educação, proteção social)".

"É porque estiveram juntos em tudo isto no Parlamento Europeu que agora sentem a necessidade de mostrar as diferenças que lá não tiveram", disse.

"Não faltam razões para votar, dar mais força à CDU por tudo aquilo que fizemos nos últimos anos lá no Parlamento Europeu e aqui no país por tudo aquilo que é preciso fazer para resolver os problemas do país", defendeu.