"Se um médico português não ganha o mesmo que um médico alemão, se um professor português não ganha o mesmo que um professor alemão, se um operário portugueses não ganha o mesmo que um operário alemão então também os deputados devem ter esse vínculo a quem os elegeu. Foi o povo português e esse vínculo deve ser com os trabalhadores e com o povo português", afirmou João Ferreira.
O cabeça de lista da CDU, que falava durante um almoço, em Viana do Castelo, como mais de uma centena de militantes a propósito rendimentos dos eurodeputados, referiu que "os eleitos da CDU assumem o livre compromisso de não ser nem beneficiados, nem prejudicados pelo desempenho de quaisquer funções institucionais"
"Para além do princípio fundamental que temos de não ser nem beneficiados nem prejudicados pelo desempenho de cargos públicos, é bom que se lembre que foram os eleitos pela CDU os únicos, de entre os portugueses, que votaram contra o atual estatuto dos deputados que aumentou substancialmente os vencimentos dos deputados ao parlamento europeu".
João Ferreira explicou que "antes esses vencimentos tinham por referência os vencimentos dos deputados à Assembleia da República" e que com as alterações introduzidas com o novo estatuto, "passaram a ter vencimentos bastante acima disso".
"Fomos os únicos, os eleitos pela CDU, que votaram contra esse estatuto, contra essa proposta", reforçou, apelando ao voto na CDU, nas eleições europeias de 26 de maio e defendendo que é ser o "voto que não trai", que "é certo e seguro".
"Cá como lá nunca faltamos aos interesses do povo e do país (...). Precisamos de mais deputados a defender os interesses do povo e do país", reforçou o cabeça de lista da CDU.
Por estar em Viana do Castelo, João Ferreira apontou o exemplo dos extintos estaleiros navais, enquanto empresa pública, para reforçar que a CDU "põe os direitos do país à frente dos interesses da União Europeia, de quem manda na União Europeia e das imposições da União Europeia que impedem o desenvolvimento do país e a satisfação das necessidades do povo".
"Quando o PSD e o CDS decidiram destruir os estaleiros navais, empresa pública, e nos queriam vender a teoria de que a União Europeia não permitia que o acionista único, o Estado português, injetasse mais dinheiro na empresa para adquirir a matéria-prima para cumprir com uma muito significativa carteira de clientes e de encomendas, fomos nós quem propusemos cá, na Assembleia da República, que o Governo assumisse as suas responsabilidades e que lá, no Parlamento Europeu, questionamos a Comissão Europeia sobre essa verdadeira insensatez".
O cabeça de lista da CDU garantiu que sobre os estaleiros Navais de Viana do Castelo "ninguém verá a CDU, dizer hoje, uma coisa diferente do que disse no passado".
"Não nos deixamos impressionar pelas passadeiras vermelhas, pelas luzes das festas de inauguração regadas com champanhe francês. Isto é assim não é porque sejamos teimosos mas porque a vida confirma. A vida confirma que os estaleiros de Viana do Castelo enquanto empresa pública tendo dos melhores trabalhadores do mundo que agora foram descartados, muitos deles como se fossem eles a peça defeituosa nesta engrenagem, estes trabalhadores não construíam mais foi apenas por decisão política dos que os queriam destruir enquanto empresa pública para os entregar ao grande capital", sustentou.
Disse que "a vida conformou que daquele perverso processo outra coisa não podia resultar que a gigantesca fábrica de precariedade e de esmagamento de direitos onde, hoje, apesar de lá estarem mais de mil trabalhadores diariamente, pouco mais de uma centena tem vínculo efetivo e estável".
"Batemo-nos ontem em defesa dos estaleiros navais de Viana do Castelo, empresa pública e continuamos a bater-nos", frisou.
(Artigo atualizado às 15:14)
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