"É uma questão fundamental no combate às alterações climáticas. (...) Por isso, apresentámos um Plano Nacional Ferroviário que previa não só essa ligação do litoral ao interior, e obviamente uma maior valorização dos transportes que são mais amigos do ambiente, mas também depois com ligações para os países europeus", vincou a candidata do BE ao Parlamento Europeu (PE).

Segundo Marisa Matias, Portugal tem uma quota muito baixa de utilização da ferrovia quer para o transporte comercial, quer de passageiros que "é fundamental" aumentar.

A cabeça-de-lista do BE defendeu, em declarações aos jornalistas no Museu Ferroviário de Bragança, que não é "uma utopia" o regresso da ferrovia ao Nordeste Transmontano, onde linhas como a do Sabor, Tua ou Corgo praticamente já não têm carris.

"É uma questão de vontade política. Percebe-se que nós temos de mudar os padrões pelos quais regemos atualmente a economia. A questão da dependência energética é das maiores, se não a maior fatura da dependência externa do país, e obviamente as questões dos transportes e da ferrovia são um investimento que nos permite ganhar a médio e longo prazos", salientou.

Marisa Matias, que se recandidata a novo mandato no PE, disse que o BE vai continuar a lutar para que regiões como Bragança não fiquem sem acesso a um dos instrumentos mais importantes para a mobilidade e o combate às alterações climáticas.

A candidata do BE visitou o Museu Ferroviário de Bragança, recentemente inaugurado, e disse que se trata de um equipamento que lembra "um passado glorioso" da ferrovia desta região.

"É sempre importante mantermos a memória", afirmou, acrescentando que "é fundamental para relembrar o que pode ser o futuro" numa via que fechou há 27 anos.

Quanto à ligação de Portugal à rede de alta velocidade espanhola, como é pretendido pela região de Bragança, que fica a pouco mais de 45 minutos da futura estação espanhola de Puebla de Sanabria, Marisa Matias defendeu a importância de "insistir em projetos nacionais que depois se complementam" com ligações europeias.

"Lutamos para que haja fundos disponíveis e que esta seja uma das prioridades de investimento com os dinheiros comunitários", insistiu, afirmando ainda que se Portugal recebe fundos de coesão se deve, em boa parte, às regiões de baixa densidade populacional.