“Nós hoje estamos a fazer ações de rua em Vizela, em Barcelos, em Guimarães que são tudo municípios de cor socialista. Nós vamos a todo o lado, não é como o PS que nunca sai à rua e quando sai é em clima favorável, e mesmo assim ninguém sabe quem é o cabeça de lista. A nós isso não acontece, vamos a todo o lado”, declarou, no final da ação de rua, no centro histórico de Guimarães.
Os candidatos europeus Paulo Rangel, José Manuel Fernandes, líder da distrital de Braga do PSD, e Lídia Pereira, distribuíram as sempre presentes canetas do PSD “para votar de domingo a oito dias”, numa iniciativa que mobilizou muitas dezenas de apoiantes e que teve direito a música e bombos, pelo grupo “Zés Preiras — Duas Igrejas”.
Depois de dois dias em campanha por regiões do país afetadas pela desertificação, com iniciativas de rua pouco participadas, Rangel frisou que não tem “medo da rua”: “Vamos onde está o povo, para o ouvir e naturalmente também para o tentar cativar e convencer para o nosso programa”, declarou
Questionado sobre as críticas do primeiro-ministro, António Costa, que sexta-feira à noite acusou Paulo Rangel de nada ter feito pelo interior do país enquanto eurodeputado nos últimos dez anos, o candidato procurou desvalorizar os ataques, afirmando que Costa está “claramente nervoso e preocupado”.
“Eu não dou relevo nenhum a essas afirmações de Costa. O trabalho dos nossos eurodeputados é conhecido e existe reconhecimento externo”, disse Paulo Rangel, considerando que “António Costa é muito habilidoso mas não se governa com habilidade, governa-se com competência e frontalidade”.
O candidato acabou por devolver a crítica: “O que é que António Costa fez pelo interior? Acaba de fazer uma reprogramação dos fundos em que desvia para a Área Metropolitana de Lisboa e para a Área Metropolitana do Porto fundos que eram para o Alentejo”, comentou, frisando que é o Governo PS e não o PSD que “acha que é bom” haver uma proposta da comissão europeia para cortes nos fundos de coesão.
A iniciativa, no sexto dia de campanha, começou no Largo do Toural, com os “jotas” laranja a distribuir óculos de sol a quem passava, ao som de uma versão da popular canção italiana Bella Ciao, que se tornou um símbolo da resistência contra o governo italiano de Mussolini durante II Guerra Mundial.
“Deem cá o material”, pediu Paulo Rangel à chegada, guardando um molhe de canetas que rapidamente desapareceram: “é já de domingo a oito dias, no dia 26 de maio vamos votar para as eleições europeias, é muito importante”, dizia.
Paulo Rangel encabeçou a comitiva e fez questão de chegar ao máximo de pessoas que conseguiu durante o percurso, atravessando a estrada várias vezes para ir de um lado ao outro, para desejar bom dia e deixar uma caneta.
Na arruada, no distrito pelo qual foi eleito, o eurodeputado e terceiro candidato na lista José Manuel Fernandes esteve à vontade e saltou, incentivado pelos jovens da JSD, que gritaram “e salta Manel, e salta Manel”.
Paulo Rangel começou o dia no mercado de Vizela, contactando com comerciantes e os populares, manifestando, em declarações aos jornalistas, preocupação pelos “cortes” no Fundo de Coesão no próximo quadro Comunitário de Apoio que “poderão prejudicar a agricultura e as pequenas e médias empresas do Vale do Ave.
As perdas, avisou, vão “afetar todo o país, em particular a região do Minho, que está na região mais pobre de Portugal, que é a região norte”, disse, defendendo que “não há nenhuma razão para aceitar essa proposta da Comissão Europeia, que o Governo diz que é uma boa proposta, mas que é uma má proposta, em que os países mais ricos ganham dinheiro, enquanto os países mais pobres estão a perder”.
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