"A informação que temos neste momento, que está na página da SATA, é que há uma redução de três voos regionais inter-ilhas, e o que está a apresentar-se para o verão são nove voos Lisboa-Horta-Lisboa e, portanto, há uma redução em relação a 2017 de mais de 11 mil lugares", quase 12 mil, avançou o faialense Dejalme Vargas à agência Lusa.
O líder da manifestação popular que juntou cerca de 400 pessoas, em setembro de 2016, em frente à sede do parlamento dos Açores reivindicando a ampliação da pista do Aeroporto da Horta, afiançou hoje estar a organizar um novo protesto para o mesmo local sob o pretexto de que existe um "desrespeito" pelos faialenses.
"O desafio que é feito é novamente o povo sair à rua no próximo plenário, que será realizado entre 20 e 23 [de março], e oportunamente daremos informações de data e hora para as pessoas se concentrarem e reclamarem pelo que é justo, para um serviço aéreo para o Faial, e esperamos que desta vez apareça mais gente e que o Governo Regional olhe para a ilha do Faial como uma ilha igual às outras, é só o que queremos", sublinhou o responsável.
O porta-voz deste movimento de cidadãos do Faial critica o que diz ser o "desinvestimento" do grupo SATA nesta ilha do grupo central para "menos 11.974 lugares disponíveis" entre final de março e final de outubro de 2018.
"Não compreendemos como é que a SATA tem esta postura em relação ao Faial, reduzir lugares numa altura em que o turismo está a crescer e os alojamentos locais aqui na ilha do Faial estão a abrir, o turismo rural também a abrir, pessoas a investir no turismo, a nossa restauração no espaço de quatro/cinco anos melhorou drasticamente e estar a haver este desinvestimento, temos de estar frontalmente contra isto", disse ainda Dejalme Vargas.
Questionado pela agência Lusa, o porta-voz do Grupo SATA, considera "prematura" qualquer afirmação acerca de uma redução de lugares para a ilha do Faial, garantindo que "ainda não é conhecido o plano de exploração" da Azores Airlines.
"Em relação à Azores Airlines, o plano de exploração ainda não está divulgado, não está finalizado, portanto, tudo o que se possa avançar em relação à redução de frequências e redução de oferta de número de lugares não corresponde à realidade. Só depois deste plano de exploração estar divulgado e finalizado é que se poderá de facto avaliar se existe ou não um aumento da oferta ou uma redução dessa mesma oferta", disse António Portugal.
Quanto à acusação de estarem suprimidos na operação dois voos Ponta Delgada-Horta e um voo Ponta Delgada-Terceira-Horta, o porta-voz da companhia aérea açoriana não confirma a redução desses voos e ressalva que, mesmo que aconteça, não significa "menos lugares disponíveis".
"A verificar-se a redução de três voos, eu julgo que aí ter-se-á que ver que tipo de equipamento é que é, muitas vezes não interessa o número de voos, interessa é o número de lugares oferecidos, podem haver menos três voos, por exemplo, efetuados em [aviões] Dash 200 e mais um voo realizado em Dash 400 que dá logo o dobro de lugares oferecidos", garantiu António Portugal.
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