O Programa ATL-100 resulta de uma ‘joint-venture’ entre o CEiiA — Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto e a DESAER e vai ficar centrado na cidade alentejana, que já acolhe diversas empresas na área da aeronáutica, como as duas fábricas da construtora brasileira Embraer.
“Com este programa, queremos reforçar de forma definitiva aquele que é o polo aeronáutico nacional em Évora, com o desenvolvimento de um programa completo e inovador que nos permite criar um novo integrador a partir de Portugal, para a industrialização e operação de aeronaves de nova geração”, destacou Miguel Braga, da direção do CEiiA.
Já Roberto Figueiredo, acionista da DESAER, considerou que “esta parceria, que agrega competências complementares do setor aeroespacial de Portugal e do Brasil, além de ser um importante projeto de inovação tecnológica e de criação de emprego em ambos os países, assume ainda mais relevância num contexto de crise do setor provocado pela pandemia” da covid-19.
A cerimónia de lançamento começa às 16:30, nas instalações do CEiiA no Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT), estando presentes no encerramento, às 17:20, os ministros da Coesão Territorial e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Ana Abrunhosa e Manuel Heitor.
Este é o “primeiro programa aeronáutico completo que vai desde o desenvolvimento, industrialização e operação de aeronaves de nova geração a partir de Portugal”, destacou o CEiiA, revelando que o “trunfo” do país para atrair esta iniciativa “resulta da capacidade criada nos últimos anos em programas como o KC-390″, a aeronave militar da Embraer.
No KC-390, o CEiiA foi responsável com a OGMA, por três importante estruturas do avião, desde a fase preliminar de desenvolvimento, passando pelo fabrico e até à certificação, num total de mais de 500 mil horas de engenharia da responsabilidade daquele centro.
O Programa ATL-100 visa “o desenvolvimento e industrialização de uma aeronave ligeira de nova geração para um mercado de curtas distâncias”.
A nova aeronave ligeira a desenvolver, fabricar e operar vai ser “multi-configurável para maior flexibilidade na logística de passageiros e mercadorias”, sendo desenhada “para menores custos operacionais e maior sustentabilidade” e “prevendo a evolução para plataforma neutra em carbono”, acrescentou.
Com um cronograma de desenvolvimento “a cinco anos”, o programa prevê o envolvimento de “mais de 30 empresas e universidades nacionais e internacionais, nomeadamente ligadas aos programas como o MIT”.
Os promotores estimam que o programa “tenha um impacto direto de 1.200 empregos qualificados” criados na região do Alentejo, pode ler-se no comunicado.
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