“Peço perdão à sociedade e às pessoas que se possam sentir dececionadas ou afetadas”, disse Rodrigo Rato aos jornalistas que o aguardavam à porta da prisão.

O ex-diretor-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional) explicou que assume os “erros cometidos” e aceita as suas “obrigações” para com a sociedade, numa alusão à pena de prisão confirmada há três semanas pelo Tribunal Supremo.

Rodrigo Rato foi condenado pelo seu envolvimento no escândalo financeiro dos “cartões black” do banco Caja Madrid.

O ex-banqueiro, de 69 anos, tinha sido condenado inicialmente em fevereiro de 2017 pelo desvio de fundos da Caja Madrid, que agora se chama Bankia, entidade que presidiu de 2010 a 2012.

O escândalo dos “cartões black” (negro em inglês, a cor dos cartões de crédito) era um esquema que a Caja Madrid dava aos seus dirigentes e pessoas de confiança, para pagar despesas pessoais sem limite e sem declarar nada ao fisco.

A sentença sustenta que Rato “manteve e desenvolveu um sistema perverso desde sua origem”, tendo as dezenas de acusados no processo gastado mais de 12 milhões de euros, dos quais 2,6 milhões durante os anos em que Rodrigo Rato dirigiu a instituição.

Rodrigo de Rato foi membro do Partido Popular (direita) que o expulsou na sequência deste escândalo financeiro.

O economista foi vice-presidente e ministro da Economia do Governo de José María Aznar, entre 1996 a 2004, e diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), de junho de 2004 até junho de 2007.