“O Partido Popular do Paquistão [PPP] e a Liga Muçulmana do Paquistão (…) alcançaram o número necessário [de deputados] e formaremos um governo”, disse o presidente do PPP, Bilawal Bhutto Zardari, numa conferência de imprensa na capital, Islamabade.
A aliança entre a Liga Muçulmana, liderada por Nawaz Sharif, três vezes primeiro-ministro e irmão mais velho de Shehbaz Sharif, e o PPP aconteceu após vários dias de negociações.
O acordo prevê que a Liga Muçulmana, que ficou em segundo lugar nas eleições gerais de 08 de fevereiro, e o PPP vão propor Shehbaz Sharif para o cargo de primeiro-ministro, e o antigo Presidente Asif Ali Zardari (2008-2013), viúvo da antiga primeira-ministra Benazir Bhutto, para a presidência.
“Esperamos que Shehbaz Sharif se torne em breve o primeiro-ministro do país e que todo o Paquistão reze pelo sucesso do governo”, acrescentou Bilawal Bhutto Zardari.
“Enfrentamos desafios consideráveis (…). Temos de tirar o Paquistão destas dificuldades”, sublinhou Asif Ali Zardari, na mesma conferência de imprensa.
Bilawal Bhutto Zardari indicou também que os partidos da coligação chegaram a acordo sobre a distribuição dos ministérios, que será tornada pública nos próximos dias.
Nawaz Sharif regressou ao Paquistão em outubro, após quatro anos de um exílio autoimposto no estrangeiro para evitar cumprir penas de prisão. Poucas semanas após o regresso, as suas condenações foram anuladas.
Os candidatos do partido Tehreek-e-Insaf, do antigo primeiro-ministro Imran Khan, conquistaram 93 dos 265 lugares na Assembleia Nacional do Paquistão, o que não foi suficiente para formar um Governo.
A Liga Muçulmana garantiu 75 lugares, enquanto o PPP ficou em terceiro lugar, com 54 lugares.
Imran Khan, uma antiga estrela do críquete que se tornou político de inspiração islâmica com um número significativo de seguidores, foi impedido de concorrer às eleições devido às condenações penais de que foi alvo. O candidato alega que as condenações e os mais de 150 processos judiciais ainda pendentes tiveram motivações políticas.
Os candidatos do seu partido foram obrigados a concorrer como independentes nas eleições, depois de terem sido impedidos de utilizar o símbolo do partido – um taco de críquete – para ajudar os eleitores analfabetos a encontrá-los nos boletins de voto.
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