“Às vésperas das eleições para a Prefeitura [do Rio de Janeiro], Eduardo Paes está indignado que tenha sido alvo de uma ação de busca e apreensão numa tentativa clara de interferência do processo eleitoral – da mesma forma que ocorreu em 2018 nas eleições para o governo do Estado”, lê-se numa nota divulgada na conta pessoal do político na rede social Twitter.

“A defesa sequer teve acesso aos termos da denúncia e assim que tiver detalhes do processo irá pronunciar-se”, acrescentou.

Paes foi alvo hoje de mandados de busca e tornou-se réu numa denúncia pelos crimes de corrupção, falsidade ideológica e branqueamento de capitais.

O antigo autarca lançou uma nova candidatura ao governo da cidade do Rio de Janeiro na semana passada pelo partido Democratas e está na liderança das principais sondagens sobre as eleições municipais, marcadas para acontecer em novembro em todas as cidades do Brasil.

Paes é considerado o opositor mais competitivo do atual prefeito do Rio de Janeiro, Marcello Crivella, um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) cuja gestão tem sido marcada por várias polémicas, incluindo a análise de dois pedidos de destituição recusados pelos vereadores.

Segundo o portal de notícias brasileiro G1, a casa de Paes, em São Conrado, zona sul do Rio de Janeiro, foi alvo de mandado de busca.

O portal de notícias também informou que o mesmo juiz aceitou uma denúncia e moveu Paes e outras quatro pessoas um processo sobre corrupção. As autoridades locais, porém, não divulgaram maiores detalhes sobre o caso.

Em março passado, Paes virou réu na Justiça Federal brasileira por alegada corrupção, fraude em licitação e falsidade ideológica num processo que analisa denúncias de direcionamento na licitação para a construção do Complexo Desportivo de Deodoro, usado nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.

A ação contra o ex-prefeito ‘carioca’ surge em um momento de grande convulsão na cena política do estado do Rio de Janeiro depois que o governador, Wilson Witzel, foi afastado do cargo por seis meses pela Justiça acusao de liderar um esquema de corrupção que terá desviado recursos destinados a pandemia do novo coronavírus.