A polícia checa alega que, em 2007, Babis, que ocupa o quinto lugar entre os checos mais ricos e deve candidatar-se às eleições presidenciais de 2023, tirou a sua propriedade agrícola Stork's Nest da sua holding Agrofert (indústria de alimentos, química e media) para obter uma subvenção europeia de dois milhões de euros reservada às PME.

O milionário de 67 anos, que lidera o movimento populista centrista ANO, negou qualquer ato ilegal, atribuindo as acusações a motivações políticas.

O nome de Babis já apareceu, em outubro de 2021, nos Pandora Papers, uma investigação jornalística internacional que revelou a ocultação de bens em paraísos fiscais por inúmeros líderes mundiais e empresários.

De acordo com essa investigação, o ex-ministro checo colocou 22 milhões de dólares em empresas de fachada que foram usadas para financiar a compra do Château Bigaud, uma grande propriedade localizada em Mougins, no sul da França.

Nesse caso, Babis também negou qualquer envolvimento e também aí alegou interesses políticos externos para incriminá-lo, poucos dias antes das eleições legislativas no seu país, que acabou por perder.

Babis é atualmente deputado, mas o Parlamento removeu a sua imunidade no início de março para permitir este indiciamento.

"O MPF (...) indiciou duas pessoas no caso descrito pelos media como o 'caso do Ninho de Cegonha'" [Stork's Nest], disse Ales Cimbala, porta-voz do Ministério Público de Praga, num comunicado à imprensa.

Um dos suspeitos terá "cometido o crime de fraude com subsídios e prejuízo aos interesses financeiros da União Europeia", enquanto o outro é cúmplice.