Segundo repórteres da agência francesa France-Presse (AFP), estas mil pessoas foram libertadas depois de terem sido consideradas ilibadas da alegada ligação ao grupo terrorista.
Um total de 983 pessoas, presas num estabelecimento prisional militar na cidade de Maiduguri (no nordeste), foram entregues às autoridades civis para “reabilitação e integração”, adianta a AFP.
O comandante do exército nigeriano, Olusegun Adeniyi, disse, numa cerimónia, que as pessoas libertadas tinham “sido previamente investigadas e ilibadas”.
Os detidos hoje libertados, incluindo cinco mulheres, foram entregues ao governador do estado de Borno, Babagana Umara Zulum, no quartel militar de Giwa.
Segundo o governador, as pessoas libertadas não eram ‘jihadistas’ do Boko Haram, mas sim suspeitos que, após investigação, foram “ilibados de alegados delitos”.
Trata-se de uma das maiores libertações de detidos feita pelo exército nigeriano de uma só vez.
Um dos detidos libertados, Ibrahim Usman, afirmou ter sido detido na rua, porque não conseguiu dar uma identificação válida aos soldados nigerianos, durante uma operação de controlo.
“Nunca fui membro do Boko Haram, mas passei quatro anos detido”, disse aos repórteres.
Em outubro, o exército libertou 25 crianças, após um relatório da organização Human Rights Watch (HRW) ter acusado os soldados de abusar e torturar crianças detidas.
Os grupos de defesa dos direitos humanos têm acusado sistematicamente o exército nigeriano de detenções em massa e prisões arbitrárias de cidadãos inocentes durante os dez anos da luta contra a insurreição ‘jihadista’.
As organizações também têm denunciado e criticado as condições de vida nos centros de detenção, superlotados e insalubres, e referido que alguns dos detidos foram torturados ou mesmo executados sumariamente.
O conflito no nordeste da Nigéria já causou 35.000 mortos e dois milhões de deslocados. A violência já alastrou aos vizinhos Níger, Chade e Camarões.
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