Segundo o Diário de Notícias, que avança com esta informação, em causa estão dois contratos publicados no portal oficial base.gov e que indicam que o Exército, por "ausência de recursos próprios", contratou os serviços de transportadoras privadas no valor de 1.267.888 euros.

O contrato de maior volume foi celebrado com a FLS Freight & Logistics Solutions Lda., no valor de 1 071 888,00 euros — um custo a ser suportado por verbas orçamentadas para as Forças Nacionais Destacadas. O outro contrato, no valor de 196 mil euros, foi celebrado com a DSV Air & Sea Portugal Lda.

O primeiro serviço contratado previa o "Transporte Marítimo em Navio Dedicado (Complementado com Transporte Rodoviário) para a Projeção de UEC (CAtMec) para a Roménia".

Já o segundo, visava a "aquisição do serviço de transporte de passageiros e de mercadorias no âmbito da Tailored Forward Presence - Voo Dedicado (Charter) para Projeção da força para a Roménia".

Ao jornal, o ministério da Defesa reconheceu que "as Forças Armadas não dispõem dos meios de projeção estratégica capazes de transportar forças terrestres de tipologia média ou pesada" e adiantou que recorrer a uma empresa privada é  algo que acontece "com a generalidade dos países da UE que não dispõem desta capacidade de transporte nas suas Forças Armadas".

Recorde-se que “a primeira força nacional destacada para a Roménia foi aprontada em circunstâncias excecionais”, adiantou o chefe do Estado-Maior do Exército, José Nunes da Fonseca, no passado dia 8 de abril.

Segundo o responsável, “a projeção de uma companhia de atiradores mecanizada no âmbito da Tailored Forward Presence estava planeada para o final de 2022”, mas o conflito na Ucrânia “implicou a antecipação da projeção desta subunidade”.

A Tailored Forward Presence faz parte das missões da NATO na Europa, com o objetivo de defender e dissuadir eventuais ofensivas no flanco sudeste.

Na Roménia, “o exército português tem vindo a participar, desde 2017, no esforço aliado de presença e dissuasão”, sendo que “a criação de uma brigada multinacional, orientada para o treino e a integração de unidades oriundas de diversas nações aliadas, fortaleceu a determinação coletiva e induziu confiança numa região nevrálgica para a segurança e defesa do espaço euro-atlântico”, adiantou José Nunes da Fonseca.