De acordo com o ministro turco da Saúde, Mehmet Muezzinoglu, o carro-bomba foi detonado numa paragem de autocarro. "Trinta pessoas morreram naquele instante, e outras quatro no hospital", declarou o ministro à imprensa, no final de uma reunião de segurança convocada pelo primeiro-ministro Ahmet Davutoglu.

De acordo com uma fonte médica, os feridos foram transferidos para dez hospitais da capital. A explosão aconteceu às 18h45 locais. O local é uma praça animada e centro nevrálgico da cidade, onde há várias lojas e uma estação de metro, e onde passam várias linhas de autocarro. Muitas ambulâncias foram enviadas para o local. Imagens das emissoras turcas também mostram vários veículos calcinados.

Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque até ao momento. A Polícia turca mobilizou um forte dispositivo para bloquear os acessos à praça, sobrevoada por helicópteros, segundo um fotógrafo da AFP no local.

O presidente francês, François Hollande, enviou "ao povo turco uma mensagem de profunda solidariedade, depois de um desprezível atentado que atingiu o centro de Ancara esta noite, causando um grande número de vítimas". "A França está ao lado da Turquia para continuar com ela a luta contra o terrorismo que atinge todos os lugares e deve ser combatido com a maior energia", acrescentou o presidente Hollande, em comunicado.

Este atentado foi cometido apenas três semanas depois de um ataque suicida - também com carro-bomba - reivindicado por um grupo dissidente do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, separatistas curdos) contra autocarros que transportavam pessoal militar. Nesse dia, 17 de fevereiro, 29 pessoas morreram perto do local onde se deu a explosão deste domingo. Três dias depois, esse grupo - os Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK) - assumiu a responsabilidade, garantindo que novos ataques estavam para vir, sobretudo contra os pontos turísticos turcos.

Onda de atentados

O presidente turco, o conservador islamita Recep Tayyip Erdogan, denunciou que o atentado de hoje foi cometido pelos combatentes curdos sírios das Unidades de Proteção do Povo (YPG), com apoio do PKK. Saleh Muslim, chefe do Partido da União Democrática (PYD), que tem nas YPG seu braço armado, e Cemil Bayik, uma das lideranças do PKK, rejeitaram as acusações. A Turquia está em alerta máximo há vários meses, depois de uma série de atentados mortais, entre eles quatro ataques atribuídos pelas autoridades ao grupo Estado Islâmico (EI). O mais sangrento deles aconteceu a 10 de outubro passado, e foi cometido por dois suicidas. Ambos se detonaram no meio de manifestantes da causa curda, frente à estação central de Ancara. O saldo foi de 103 mortos. Em 12 de janeiro deste ano, 12 turistas alemães morreram num outro atentado suicida no bairro turístico de Sultanahmet, em Istambul. 

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