O complexo, localizado na zona administrativa da capital, inclui um hotel de luxo e serviços como bancos e escritórios, e foi evacuado depois dos primeiros relatos de um ataque e de veículos incendiados.

Contabilizados oito feridos e, pelo menos, uma vítima mortal pelos oficiais de saúde no local, a polícia avisou que o "ataque terrorista" pode ainda estar a decorrer, com os atacantes instalados dentro do complexo. A polícia queniana confirmou, entretanto, a suspeita de que os atacantes ainda possam estar ativos e no perímetro afetado.

"Estamos conscientes de que criminosos armados estão a resistir no hotel e que as forças especializadas estão a expulsá-los. Ainda assim, lamentamos informar que há feridos no ataque e estamos num processo de confirmação de números e tipos de ferimentos ocorridos", lê-se no comunicado assinado pelo responsável da polícia nacional do Quénia, Joseph Boinnet.

À Associated Press, um dos primeiros membros das forças de segurança a chegar ao local disse que "não houve tempo para contar os mortos, mas é verdade que há mortos", tendo observado corpos em várias zonas do complexo.

Vários hospitais e instituições - como o Serviço Nacional de Transfusão de Sangue do Quénia (KNBTS, na sigla inglesa) - começaram a apelar para um aumento das doações de sangue.

"Estamos a pedir aos quenianos que dooem sangue para aqueles que ficaram feridos no ataque", escreveu o KNBTS na plataforma Twitter.

"Houve uma explosão e há muitos tiros", declarou um dos empregados nos escritórios do Hotel Dusit à AFP, que pediu para permanecer no anonimato.

Já à agência Reuters, uma mulher a trabalhar num prédio nas imediações diz ter ouvido duas explosões. "Comecei a ouvir tiros, e depois vi pessoas a correr e a levantar os braços, algumas entraram num banco para se esconder", disse a testemunha do incidente.

Outra testemunha do ataque, Serge Medic, dono de uma empresa de segurança que se deslocou ao local quando ouviu as explosões, disse à Reuters que "a porta do hotel estava rebentada e estava um braço humano na rua, separado do ombro". Armado, o suíço entrou dentro do lobby do hotel acompanhado de um polícia e dois soldados, mas foram alvejados pelos atacantes e retiraram-se.

No entanto já chegaram também quatro ambulâncias para tratar dos feridos, incluindo uma mulher alvejada na perna e três homens cobertos de sangue, e um carro dos Bombeiros para apagar o fogo que ainda deflagra.

Um aparente grupo de segurança à paisana entrou no local, empunhando armas e verificando o complexo, loja a loja.

O ataque já foi reivindicado pelo grupo extremista somali al-Shabab, através da sua estação de rádio Andalus.

A presidência queniana pediu à população que não partilhe vídeos dos ataques, por considerar que "ajudam aqueles responsáveis por tais atrocidades".

Philip Ndolo, comandante da polícia de Nairobi, disse à Reuters que as autoridades fizeram um cordão de segurança junto a Riverside Drive, via onde se encontra o Hotel Dusit

Antes da reivindicação do al-Shabab, já tinah sido levantada a hipótese de ser um ataque terrorista. "Temos de considerar o nível mais elevado de ataque que pode ter ocorrido, que é terrorista", disse Charles Owino, porta-voz da polícia, ao canal de televisão Citizen.

Apesar da elevada incidência de crime armado violento em Nairobi, a capital também foi palco nos último anos de atentados por parte dos militantes islâmicos da Somália.

O ataque tem semelhanças com o cerco no centro comercial 'Westgate', também naquela zona, conduzido em 2013 por membros do mesmo grupo.

Na altura, os atacantes invadiram o complexo e deram início a um cerco de três dias e que provocou a morte de 67 pessoas.

Na segunda-feira, um tribunal em Nairobi decidiu levar três dos suspeitos detidos a julgamento, ilibando um outro por falta de provas.

Desde 2011 que o grupo rebelde ameaça retaliar depois de o Quénia enviar tropas para a Somália.

[Notícia atualizada às 17:01 - Com agência Lusa]

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