Em nota enviada à agência Lusa, a administração explica que ainda não conseguiu pagar os salários por ter sido "surpreendida" com a “indisponibilidade de apoio” por parte do seu principal banco e sublinha que, em 50 anos de história, esta foi “a primeira vez” que falhou o “pagamento pontual” dos salários.
“A lei laboral faculta apoios sociais e proteção contra credores aos trabalhadores com salários em atraso e a empresa disponibilizou-se para colaborar no máximo das suas possibilidades”, lê-se ainda na mesma nota.
Mais ainda acrescenta que o conselho de administração da empresa tem-se reunido periodicamente com todos os trabalhadores, “prestando todas as informações relevantes”.
A questão dos salários em atraso na Solidal foi levada à Assembleia da República pelo Bloco de Esquerda, que exigiu uma “intervenção urgente” que permita garantir que a legislação laboral seja cumprida e que os salários sejam pontualmente pagos.
O partido liderado por Catarina Martins pediu ainda um acompanhamento do Governo relativamente à situação económica da empresa. Em requerimento dirigido ao Ministério do Trabalho e da Segurança Social, o Bloco de Esquerda refere que a empresa tem obtido “importantes financiamentos públicos”, através do QREN, que ascendem acerca de 12 milhões de euros.
“O pagamento pontual da remuneração é uma das principais obrigações das entidades empregadoras, sendo preocupante que uma empresa com esta dimensão possa estar em risco de deixar de laborar, invocando a necessidade de um investimento para assegurar a laboração e o pagamento de salários”, diz ainda o requerimento dos bloquistas.
A administração da Solidal acusa o Bloco de Esquerda de estar “intencional e maliciosamente” a deteriorar a imagem da empresa, “em prejuízo dos trabalhadores” e lembra que a preservação do valor da empresa e do negócio que desenvolve é “fundamental” para o sucesso das negociações em curso e, consequentemente, para a manutenção dos seus postos de trabalho.
Em resposta enviada à Lusa, a Solidal diz que está a negociar com dois investidores “credíveis” a tomada de uma participação de controlo, tendo em vista a sua viabilização a longo prazo e acrescenta que, caso as negociações em curso com os investidores tenham sucesso, “a empresa tem condições para crescer e criar emprego”.
A empresa emprega 330 pessoas, maioritariamente residentes nos concelhos de Esposende, Póvoa de Varzim, Barcelos e Porto.
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