A empresa alemã Triumph possuía uma fábrica em Sacavém, concelho de Loures, que foi adquirida em setembro de 2016 pela empresa Têxtil Gramax Internacional (TGI), uma sociedade portuguesa de capital suíço.
Contudo, em 24 de janeiro deste ano a fábrica de Loures, que produzia roupa interior, foi encerrada e a TGI decretada insolvente, situação que levou ao despedimento coletivo de quase 500 trabalhadores, maioritariamente mulheres.
No dia 03 de maio realizou-se um primeiro leilão, com um preço base de 5,7 milhões para tentar vender estes ativos, mas não apareceu nenhum comprador interessado, tendo sido arrematadas apenas algumas viaturas.
Fracassada a primeira tentativa de venda, a massa insolvente da TGI vai levar a cabo um segundo procedimento para tentar vender a unidade fabril e o recheio, podendo os interessados enviar propostas, por carta fechada, até ao dia 07 de junho, sendo as ofertas divulgadas publicamente no dia 14 desse mês, segundo refere o catálogo da leiloeira LC Premium.
O valor mínimo estabelecido para a aquisição destes bens é de 4,9 milhões de euros (85% do valor base).
“Caso exista mais do que uma oferta de igual valor para os bens em venda, poderá proceder-se a uma licitação entre os proponentes”, refere a nota da leiloeira, ressalvando que “não há impedimento à apresentação de propostas de valor inferior ao valor base de venda”.
Contactada pela Lusa, fonte da LC Premium manifestou-se confiante no aparecimento de interessados na aquisição destes bens, referindo que “tem havido um trabalho intenso de divulgação deste catálogo junto de investidores nacionais e internacionais”.
No mesmo sentido, Mónica Antunes, do sindicato dos têxteis do Sul e antiga trabalhadora da Triumph, disse esperar que “surjam propostas favoráveis aos trabalhadores”.
No primeiro leilão ainda surgiu uma proposta de 1,5 milhões de euros pela totalidade dos bens (fábrica, equipamentos e frota), que os antigos trabalhadores consideraram “um insulto”.
O processo de venda da Triumph à TGI, que decorreu durante um ano, chegou a ser muito contestado pelos trabalhadores e pela Câmara Municipal de Loures, que temiam que a fábrica encerrasse definitivamente.
Depois de concluída a venda, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, deslocou-se em janeiro de 2017 à fábrica e congratulou-se por esta continuar a laborar em Portugal e manter os postos de trabalho.
No entanto, em novembro desse ano, a administração da empresa comunicou aos trabalhadores que iria ocorrer um processo de reestruturação, que previa o despedimento de 150 pessoas.
Em 05 de janeiro deste ano, depois de tomarem conhecimento de que a administração tinha dado início a um processo de insolvência, as trabalhadoras iniciaram uma vigília de 20 dias à porta da fábrica, tendo durante esse período vários deputados, autarcas e sindicalistas se deslocado ali para levar mantimentos e demonstrar a sua solidariedade.
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