Em declarações à Lusa, a advogada Poliana Ribeiro explicou que o seu cliente deslocou-se hoje ao estabelecimento prisional de Évora para se entregar voluntariamente, mas acabou por não ficar detido.
“Eles disseram que o aceitavam, mas que de imediato o iam transferir para outro estabelecimento prisional, uma vez que não o podiam aceitar ali e, assim sendo, ele prefere entregar-se voluntariamente num outro estabelecimento prisional”, disse a advogada.
Poliana Ribeiro adiantou que sempre foi vontade do seu cliente entregar-se voluntariamente, sem esperar pela execução do mandado de condução a estabelecimento prisional, que foi emitido na passada segunda-feira pela juíza titular do processo.
“Sempre foi sua intenção entregar-se voluntariamente, embora não o tenha comunicado ao processo, porque não tem que o fazer. Até sexta-feira no máximo ele vai entregar-se”, afirmou.
Manuel Guiomar, que foi condenado por um crime de corrupção passiva e quatro de burla qualificada, é um dos quatro arguidos do processo Face Oculta condenados a penas efetivas que viram a sentença tornar-se definitiva.
Na segunda-feira a juíza Marta Carvalho, que tem em mãos o processo Face Oculta, emitiu os mandados de condução à cadeia para os arguidos Manuel Guiomar e João Tavares, ex-funcionário da Petrogal que tem uma pena de cinco anos e nove meses para cumprir.
Na mesma altura, a juíza deu um prazo de três dias para Armando Vara se apresentar na cadeia para cumprir a pena de cinco anos de prisão efetiva a que foi condenado, por três crimes de tráfico de influência.
O processo Face Oculta, que começou a ser julgado em 2011, está relacionado com uma alegada rede de corrupção que teria como objetivo o favorecimento do grupo empresarial do sucateiro Manuel Godinho nos negócios com empresas do setor do Estado e privadas.
Além de Armando Vara e Manuel Godinho, foram arguidos no processo o ex-presidente da REN (Redes Energéticas Nacionais) José Penedos e o seu filho Paulo Penedos, entre outros.
Na primeira instância, dos 36 arguidos, 34 pessoas singulares e duas empresas, 11 foram condenados a penas de prisão efetiva, entre os quatro anos e os 17 anos e meio.
Atualmente, ainda estão pendentes no Tribunal Constitucional os recursos de Manuel Godinho, José Penedos, Paulo Penedos, Domingo Paiva Nunes, Hugo Godinho e Figueiredo Costa.
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