“Uma investigação da Avaaz implicou o encerramento de páginas não oficiais” da Liga (extrema-direita) e do Movimento 5 estrelas (M5S, antissistema), no poder em Itália, anunciou aquela organização não-governamental (ONG) em comunicado.
No total, estas páginas de Facebook registavam 2,5 milhões de inscritos, precisou a ONG.
A mais ativa intitulava-se “Queremos o Movimento 5 estrelas no governo”. Segundo a Avaaz, afirmava por exemplo que o escritor italiano anti-máfia Roberto Saviano declarou preferir “salvar os migrantes que as vítimas italianas de terramotos”.
O autor de “Gomorra” nunca fez semelhante afirmação e foi forçado a desmentidos públicos, recordou a Avaaz.
Em relação à Liga, a página mais ativa publicava um vídeo que apresentava o que era apresentado como migrantes a destruírem um veículo dos Carabinieri (a Guarda nacional italiana).
Este vídeo, visualizado cerca de 10 milhões de vezes, constituía a cena de um filme e a desinformação foi denunciada, mas continuava a ser utilizada para fins políticos.
“Tudo isto constitui a enésima prova de que existem redes que partilham a desinformação e falsas informações com o objetivo de propagar o ódio e as divisões tendo como objetivo as eleições europeias”, afirmou em comunicado Christoph Schott, diretor de campanha da Avaaz.
“O Facebook fez um bom trabalho ao fechar estas páginas, mas o facto de uma empresa multimilionária ter de se apoiar numa investigação (…) da Avaaz para defender a democracia na Europa diz muito. O Facebook tem de fazer mais, e deve fazê-lo com a máxima urgência”, insistiu Schott.
Em abril, segundo o mesmo comunicado, um inquérito semelhante da Avaaz em Espanha implicou o encerramento pelo Facebook, pouco antes das eleições legislativas, de três redes de extrema-direita com um total de 17 páginas e 1,4 milhões de assinantes.
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